7.11.06

Conversas Sobre a Mesquita


Todos nós sabemos que o jornalista dinamarquês Flemming Rose, ex-editor de cultura do jornal Jyllands-Posten, foi o idealizador do controvertido concuro de caricaturas do profeta Maomé. O propósito desse concurso, segundo o próprio Rose, era desafiar os profissionais europeus, nos quais ele percebia uma autocensura - disfarçada como respeito - aos símbolos do islã, que todavia não existia, nem existe, em relação aos símbolos do Judaismo e Cristainismo. O resultado, como também já se sabe, foram violentas reações em comunidades muçulmanas do mundo todo.
Assustado com a repercussão do desafio, Rose fez uma série de entrevistas com personalidades e intelectuais de vários países para saber o que achavam do impacto do Islã na cultura ocidental.
Com efeito, em setembro passado, a Revista Época encarregou-se de publicar mensalmente no Brasil essa série de entrevista - que foi inaugurada por ninguém menos que Oriana Fallaci - e agora está disponível on-line. (Para acessar o site da revista basta clicar no título desse post).
Para ter uma idéia do teor da conversa veja os seguintes trechos:

Rose - Você se encontrou com o papa Bento XVI no ano passado. Sobre o que vocês conversaram?
Fallaci - Foi um encontro entre espíritos livres. Eu, uma atéia declarada, fui sua primeira convidada particular depois de sua posse. Respeito isso. Eles percorreram um longo caminho. Tornaram-se mais liberais, ao contrário do islã. Confio em Ratzinger. É um grande pensador e é um homem que acredita na razão. Ele está defendendo os valores ocidentais quando diz que a Europa não gosta mais de si mesma. Isso é muito importante. Eu também me preocupo com o crescente ódio a si mesma que atormenta a Europa. Essa foi a premissa de nosso encontro. Ele chora pela Europa, repreende a Europa. Sob esse aspecto somos aliados. Ele faz isso de uma forma delicada e educada, enquanto eu o faço de forma selvagem.
Rose - Seu embate com o islã afastou muitos dos que a apoiavam. Qual a conexão que você vê entre seus escritos iniciais e esses livros recentes sobre o islã?
Fallaci - Em primeiro lugar, eu nunca vendi tantos livros como nos últimos quatro anos. Os três livros sobre o islã venderam mais de 5 milhões de exemplares na Itália. Segundo, estou fazendo agora exatamente o que eu fazia antes. Estamos enfrentando um novo fascismo na Europa, o fascismo islâmico. Eu não quero o profeta deles, seu Corão, sua burca, seu xador e suas cinco preces diárias. Eles podem ir para casa e praticar sua religião, obrigada, mas não a tragam para dentro da minha. Não quero abrir mão da minha liberdade. Os muçulmanos não querem a nossa liberdade. Eles não sabem o que é. São escravos de Deus. Não compreendem conceitos como liberdade de escolha e independência. Graças a meus pais e a uma longa tradição familiar, tive a sorte de ser criada na religião da liberdade. Quando você está lidando com fascistas, é preciso lutar contra eles. Ponto. Não sinto nada em especial em relação a essa situação. Em princípio, não é novidade, ela se liga a experiências anteriores da minha vida. Você não viu as coisas que eu vi quando era criança. Coisas como aquelas você jamais esquece. Viram uma cicatriz na alma.
O próximo entrevistado será o intelectual Fouad Ajami, libanês e muçulmano, que defende a invasão americana do Iraque! Aguardem.

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