29.4.07

Em nome do laicismo


Cerca de 300 mil manifestantes tomaram as ruas de Istambul para protestar e pedir a renúncia do governo pró-islâmico moderado, que entrou em choque político com o Exército --de orientação secular-- num momento em que o país está à beira de uma nova eleição presidencial.O islâmico Abdullah Gul, ministro das Relações Exteriores e candidato presidencial, já anunciou neste domingo que não vai retirar sua postulação, apesar da advertência do Exército, que acusa o governo de questionar os princípios laicos da Turquia. "Está fora de lugar eu retirar minha candidatura", afirmou o ministro, em declaração às TV locais.Ainda no domingo, centenas de milhares participaram de uma manifestação, convocada por 600 ONGs, em favor do laicismo e da democracia. "A Turquia é laica e continuará sendo", gritavam manifestantes, que carregavam a bandeira turca e retratos do fundador da Turquia modera, Mustafah Kemal Ataturk, na praça Caglayan, na parte européia da cidade.Agências internacionais citavam pelos 300 mil participantes na manifestação de hoje. No último dia 14, um protesto com a mesma orientação política reuniu entre 500 mil e 1,5 milhão de pessoas na capital Ancara. Segundo analistas políticos, essa manifestação do dia 14 contribuiu para a decisão do primeiro-ministro, Recep Tayyid Erdogan, de renunciar à sua candidatura presidencial."A Turquia é secular e vai permanecer secular", gritavam manifestantes, muitos dos quais viajaram através do país para participar da manifestação em Istambul. Os participantes cantavam hinos nacionalistas e pediram a renúncia do governo, chamando o primeiro-ministro Erdogan de traidor."O governo é o inimigo de Ataturk. Eles querem arrastar a Turquia para a obscuridade", disse Ahmet Yurdakul, um funcionário público aposentado, invocando a memória de Mustafah Kemal Ataturk.A segunda grande demonstração antigoverno em duas semanas acompanha à escalada de tensões entre o o governo pró-islâmico e o Exército, de orientação secular, que acusa o primeiro-ministro de tolerar atividades de grupos radicais islâmicos.


Com Associated Press e France Presse

11.4.07

A Catedral do 11 de setembro

Amsterdã (reuters) - Um novo vitral de uma catedral holandesa que contém uma imagem dos ataques contra o World Trade Center, que mataram quase 3.000 pessoas, foi abençoado neste domingo por um bispo holandês.
O vitral, feito com cerca de vinte diferentes painéis com representações do céu e do inferno, tem uma placa do WTC na parte mais baixa, que mostra o 'inferno na terra,' disse o seu autor, Marc Mulders.
O painel mostra um avião prestes a colidir com uma das Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001.
'Foi uma encomenda feita pela igreja para fazer um vitral que tivesse relação com o espírito do tempo atual', disse Mulders, de 48 anos, no seu site. Ele acrescentou que considera os ataques contra o WTC como uma imagem que fala vivamente para todos os povos.
O vitral da catedral de Sint Jan, em Den Bosch, cidade do sul dos Países Baixos, atraiu a atenção da imprensa mundial devido à imagem das Torres Gêmeas, disse o pastor Geert Jan van Rossem.
Van Rossem disse esperar que o vitral faça as pessoas que o vêem refletirem. 'Civis inocentes foram mortos e é chocante e faz as pessoas pensarem', disse.
Uma pequena multidão aplaudiu e elogiou as cores vivas do vitral quando o bispo revelou a obra.

31.3.07

As duras opções da Europa - 1ª Parte.



As antigas relações da Europa com sua crescente minoria muçulmana, a questão mais crítica no continente, seguirão uma dessas 3 vias: a da integração harmônica, a da expulsão dos muçulmanos, ou da dominação pelo Islã. Qual desses cenários é mais provável que ocorra?
O futuro da Europa é de uma imensa importância não somente para seus habitantes. Durante meio milênio, de 1450 a 1950, esses 7 por cento das terras secas do mundo guiou a história do mundo; sua criatividade e vigor inventaram a modernidade. A região pode já ter perdido essa posição decisiva há 60 anos mas continua tendo uma importância crucial em termos econômicos, políticos e intelectuais. A direção que tomar tem, portanto, enormes implicações para o resto da humanidade e especialmente para as nações que dela surgiram, como os Estados Unidos, que historicamente têm a Europa como fonte de idéias, pessoas e bens.
Segue uma avaliação da probabilidade de cada cenário.
I. Governo Muçulmano
A falecida Oriana Fallaci observou que, com o passar do tempo, "a Europa se torna crescentemente uma província do Islã, uma colônia do Islã". A historiadora Bat Yeor denominou essa colônia de "Eurábia". Walter Laqueur prevê, em seu "Last Days of Europe" ["Os Últimos Dias da Europa"], no prelo, que a Europa que conhecemos está fadada a se transformar. Mark Steyn, em "America Alone: The End of the World as We Know it" ["Os Estados Unidos a sós: o fim do mundo como o conhecemos"], vai mais longe e defende que boa parte do mundo ocidental "não sobreviverá ao século XXI, e boa parte irá efetivamente desaparecer antes de morrermos, inclusive muitos, se não a maioria dos países europeus". Três fatores – fé, demografia e senso coletivo de patrimônio cultural [sense of heritage] - indicam que a Europa está sendo islamizada.
Fé: um secularismo extremado predomina na Europa, sobretudo entre as elites, ao ponto de cristãos praticantes (como George W. Bush) serem vistos como mentalmente desequilibrados e inadequados para um cargo público. Em 2005, negou-se a Rocco Buttiglione, um ilustre político italiano e católico convicto, um cargo de comissário italiano na União Européia devido a suas posições em questões como a homossexualidade. Secularismo arraigado também significa igrejas vazias: em Londres, estimam os pesquisadores, mais muçulmanos freqüentam as mesquitas às sextas-feiras que cristãos as igrejas aos domingos, embora a cidade abrigue cerca de 7 vezes mais pessoas advindas de lares cristãos do que de muçulmanos. Enquanto o Cristianismo definha, o Islã atrai; o príncipe Charles exemplifica o fascínio de muitos europeus pelo Islã. Pode haver muitas conversões no futuro da Europa, pois, como no aforismo atribuído a G. K. Chesterton: "Quando os homens deixam de acreditar em Deus, eles não acreditam no nada; acreditam em qualquer coisa".
O secularismo europeu dá a seu discurso formas que são relativamente desconhecidas pelos americanos. Hugh Fitzgerald, ex-vice-presidente do JihadWatch.org, ilustra uma dimensão dessa diferença:
"As declarações mais memoráveis dos presidentes americanos quase sempre incluíram frases bíblicas identificáveis. (...) Essa fonte de força retórica se manifestou em fevereiro passado [2003], quando explodiu o ônibus espacial Columbia. Não fosse um ônibus americano, e sim francês, que tivesse explodido, e Jacques Chirac tivesse de fazer o discurso, ele poderia muito bem ter-se referido ao fato de que havia sete astronautas e evocado a imagem das Plêiades, assim denominadas na Antigüidade pagã. O presidente americano, em um cerimonial nacional solene, que iniciou e terminou com o hebraico bíblico, agiu de forma diferente. Retirou seu texto de Isaías 40:26 que levou a uma imperceptível passagem da combinação de admiração e reverência diante das hostes celestiais trazidas pelo Criador para o conforto diante da perda mundana da tripulação".
A fé fervorosa dos muçulmanos, com a conseqüente sensibilidade jihadista e o supremacismo islâmico, não poderia ser mais diferente da fé dos apóstatas cristãos da Europa. Esse contraste leva muitos muçulmanos a ver a Europa como um continente pronto para a conversão e o domínio. Seguem disso exorbitantes afirmações de supremacia, como a de Omar Bakri Mohammed: "Quero que a Grã-Bretanha se torne um estado islâmico. Quero ver a bandeira do Islã erguida no número 10 da Rua Downing". Ou a previsão de um imã da Bélgica: "Logo assumiremos o poder nesse país. Aqueles que agora nos criticam vão se arrepender. Terão de nos servir. Preparem-se, pois a hora está próxima" [1].
População: implosão demográfica também indica uma Europa se islamizando. A taxa total de fertilidade na Europa hoje em dia está, em média, em cerca de 1,4 por mulher, enquanto para se manter a população é necessário um pouco acima de 2 crianças por casal, ou 2,1 criança por mulher. A taxa atual é apenas dois terços do que precisa ser; um terço da população necessária simplesmente não está nascendo.
Para evitar uma aguda diminuição da população, com todo o sofrimento que isso implica - e, especificamente, a falta de trabalhadores para financiar os generosos planos de pensão -, a Europa precisa de imigrantes - muitos deles. A terça parte importada da população tende a ser muçulmana, em parte porque os muçulmanos estão por perto - são somente 13 quilômetros do Marrocos até a Espanha, somente uns duzentos para chegar à Itália da Albânia ou da Líbia; em parte porque os laços coloniais continuam ligando o Sul asiático à Grã-Bretanha ou o Magrebe à França; e em parte devido à violência, tirania e pobreza que dominam o mundo muçulmano hoje, o que provoca ondas e mais ondas de emigração.
Da mesma forma, a alta fertilidade dos muçulmanos complementa a escassez de crianças entre os cristãos locais. Embora a taxa de fetilidade muçulmana esteja caíndo, ela continua significativamente mais alta do que a da população nativa da Europa. Sem dúvida, as altas taxas de natalidade têm algo a ver com as circunstâncias pré-modernas em que muitas mulheres muçulmanas da Europa se encontram. Em Bruxelas, "Muhammad" já é há alguns anos o nome mais popular entre os bebês do sexo masculino, enquanto Amsterdã e Roterdã estão a caminho de ser, até cerca de 2015, as primeiras grandes cidades européias com população majoritariamente muçulmana. O analista francês Michel Gurfinkiel estima que uma guerra de rua étnica na França iria encontrar os filhos de "indigénes" e de imigrantes em uma relação de aproximadamente 1 para 1. As previsões atuais vêem uma maioria muçulmana no exército russo até 2015 e no país como um todo até cerca de 2050.
Senso coletivo de patrimônio cultural: o que geralmente é caracterizado como sendo o politicamente correto europeu reflete o que acredito ser um fenômeno mais profundo, a saber, o alheamento de muitos europeus em relação a sua civilização, uma noção de que não vale a pena lutar por sua histórica cultura ou sequer conservá-la. É impressionante perceber as diferenças nesse quesito dentro da Europa. Talvez o país menos disposto a esse alheamento seja a França, onde o nacionalismo tradicional ainda exerce grande influência e os franceses se orgulham de sua identidade. A Grã-Bretanha é o país onde esse alheamento é maior, como simboliza o patético programa de governo "ICONS – A Portrait of England” [ÍCONES – Um Retrato da Inglaterra], que espera, de forma capenga, reviver o patriotismo conectando os britânicos a seus "tesouros nacionais", como o Ursinho Pooh e a mini-saia.
Essa timidez tem implicações diretas e adversas para os imigrantes muçulmanos, como Aatish Taseer explicou na revista Prospect:
"A britanidade é o aspecto de identidade mais insignificante para muitos jovens britânicos de origem paquistanesa. (...) Se se vilipendia sua própria cultura, corre-se o risco de os mais recém-chegados irem procurar por uma em algum outro lugar. Tão distante, nesse caso, que para muitos da segunda geração de britânicos com essa origem, a cultura do deserto dos árabes lhes era mais atraente do que a cultura britânica ou do sub-continente. Apartados três vezes de um senso de identidade consistente, a vigorosa perspectiva extra-nacional do Islã radical tornou-se uma identidade à disposição dos paquistaneses de segunda geração".
Os imigrantes muçulmanos têm um enorme desdém pela civilização ocidental, especialmente quanto à sexualidade (pornografia, divórcio e homossexualidade). Os muçulmanos não estão sendo assimilados em nenhum lugar da Europa, raramente ocorrendo casamentos cruzados. Um interessante exemplo do Canadá: a mãe da infame prole dos Khadr conhecida como a primeira família terrorista do país, voltou do Afeganistão e do Paquistão para o Canadá em abril de 2004 com um de seus filhos. Apesar de estar pedindo asilo no Canadá, ela insistia publicamente, apenas um mês antes de fazer o pedido, que os campos de treinamento financiados pela Al-Qaeda eram o melhor lugar para seus filhos. "Você quer que eu crie meus filhos no Canadá para, quando chegarem aos 12 ou 13 anos de idade, usarem drogas ou tenham relações homossexuais? Isso é melhor?"
(Por ironia, em outros séculos, como documentou o historiador Norman Daniel, os cristãos europeus menosprezavam os muçulmanos com suas múltiplas esposas e haréns, por serem hipersexualizados, sentindo-se assim moralmente superiores).
Resumidamente: esse primeiro argumento mantém que a Europa será islamizada, submetendo-se silenciosamente ao status de dhimi ou convertendo-se ao Islã, pois o yin da Europa e o yang dos muçulmanos se encaixam muito bem: baixa e alta religiosidade, baixa e alta fertilidade, baixa e alta confiança cultural.[2] A Europa é uma porta aberta pela qual os muçulmanos estão adentrando.
Publicado por danielpipes.org
Tradução: Caio Rossi

29.3.07

O ela da Al Qaeda no Brasil!


Na manhã de segunda-feira, 4 de dezembro de 1995, o egípcio de Ashraf Refaat Nabih Henin se apresentou na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com um passaporte paquistanês (113107), expedido pela Embaixada do Paquistão em Abu Dhabi 17 meses antes. Turista — informava o visto de entrada (número 194-95) concedido pela embaixada brasileira em Kuala Lumpur, Malásia. No mesmo aeroporto embarcou em outro avião, rumo a cidade de Foz do Iguaçu (PR), na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina, onde foi recebido com deferência e hospedado por Khaled Razek Al-Sayd Tak el-Din, o chefe religioso da comunidade sunita.
Por 20 dias, até a véspera do Natal de 1995, Henin fez parte da paisagem como mais um muçulmano em férias nas Cataratas, a dez mil quilômetros de distância do seu escritório na Konsojaya Trading Company, empresa malaia especializada na exportação de óleo de palma para o Afeganistão. Sete anos depois descobriu-se que se chamava Khalid Sheikh Mohamed, o real entre os 27 nomes em passaportes de origem variada, e era o chefe militar da al-Qaeda de Osama bin Laden. Foi ele quem coordenou os ataques às Torres Gêmeas, em Nova York, e à sede do Pentágono, em Washington. Capturado em 2003, está preso na base americana em Guantánamo, Cuba. A Konsojaya era uma das poucas coisas autênticas no disfarce de Henin, criado por Khaled. Nascera um ano antes, pelas mãos de Riduan Isamuddin, também conhecido como Hambali, e sua mulher Noralwizah Lee Abdullah, uma sino-malaia. Isamuddin, ou Hambali, recém-fundara a Gamaa al-Islamiyah, grupo radical do Egito.Na diretoria da empresa instalou, oficialmente, dois afegãos e um saudita, Yemeni Amein Mohamed, todos integrantes da Gamaa al-Islamiyah.
A ligação entre o chefe militar da alQaeda e o líder sunita el-Din foi registrada em documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) repassados a governos da região — atesta Carlos Corach, ministro argentino do Interior nessa época. El-Din, orador inflamado, nunca ocultou na comunidade sua militância com organizações egípcias como Irmandade Muçulmana e al-Islamiyah, duas vertentes da origem da rede alQaeda. Também não negava ser um representante do Hamas na tríplice fronteira. Com a ajuda de Khaled Sheik Mohamed ajudou a criar a sucursal local da Holy Land Foundation (Fundação Terra Santa), entidade beneficente listada pelo governo dos EUA como uma das fontes de financiamento do grupo de Bin Laden. Suspeito de ataque foi preso em Chuí. Quatro anos mais tarde, em janeiro de 1999, agentes dos órgãos de segurança de Brasil, EUA e Uruguai cercaram o cidadão egípcio Al-Sa’id Ali Hasan Mokhles em Chuí (RS), quando tentava atravessar a fronteira com documentos falsos (carteira de identidade paraguaia 3.593.929 em nome de Ali Subhi AlShakaki, emitida em 12 de julho de 1994).Mokhles foi preso sob acusação de participar no atentado dos grupos Gamaa Islamiyah e Jihad Talaat al-Fath em Luxor, no Egito. Ali, junto a edifícios milenares, foram metralhados 62 turistas. Com a extradição pedida pelo governo egípcio, Mokhles contou a razão daquela viagem interrompida: ia a Londres, por Montevidéu, para uma reunião da Gamaa Islamiyah. Anos depois descobriu-se que nessa reunião foi sacramentada a união do grupo com Bin Laden, formando a rede al-Qaeda.Mokhles permaneceu meses preso A ligação entre militar da allíder sunita registrada documentos preso no Uruguai até ser extraditado. Seu caso levou o governo uruguaio a mudar as leis sobre terrorismo.
Na comunidade muçulmana de Foz do Iguaçu foram impactantes as revelações sobre o seu ativismo político e negócios obscuros. Mokhles era casado com uma irmã do líder religioso sunita el-Din. Estavam associados em vários empreendimentos. Meses mais tarde, el-Din foi cercado em outro ponto da fronteira Brasil-Paraguai, na cidade de Encarnación. Ele escapou e, supostamente, agora vive em São Paulo.
A devassa nos negócios de Mokhles na tríplice fronteira mostrou ligações com o caixa do “clã” Dahroug.Por anos Mohamed Dahroug manteve uma perfumaria em Ciudad del Este, com capital registrado de US$ 800.Mas fez remessas superiores a US$ 10 milhões, por bancos de Foz, para contas da Holy Land Foundation no Texas. Parte do dinheiro foi destinada ao Hamas e à al-Qaeda, conforme consta na investigação aberta pelo FBI e pela promotoria de Dallas.Doações para família de ‘mártir’. O nome do “clã” Dahroug também reluzia em uma das agendas encontradas com Abu Zubaydah, preso pela CIA no Paquistão em 2002. A prisão de Zubaydah chegou a ser publicamente comemorada pelo presidente George W. Bush como a primeira grande ofensiva sobre a cúpula da al-Qaeda. Mas o exame de seus objetos pessoais, inclusive um diário, revelou que ele era apenas uma espécie de agente de viagens do grupo de Bin Laden e portador de graves problemas psicológicos — como tripla personalidade. O confronto dos dados encontrados em dois extremos do planeta, Paraguai e Paquistão, mostrou um sobrinho de Mohamed Dahroug, o comerciante Ali Nizar, residente em Foz, como autor de várias remessas a partir de uma sociedade com Hattem Barakat. Hattem é parente e sócio de Assad Ahmad Barakat, que foi preso no Brasil e extraditado para Assunção em 2002, onde cumpre pena por lavagem de dinheiro. Para os EUA, Barakat foi um tesoureiro do Hezbollah na América do Sul. Supostamente coordenou remessas em soma superior a US$ 150 milhões num período de sete anos.O “clã” Barakat mantinha negócios com Sobhi Mahmoud Fayad, também residente em Foz. Condenado a seis anos de prisão no Paraguai, por evasão fiscal, Fayad já cumpriu dois terços da pena e, agora, pleiteia liberdade condicional. Entre seus documentos foi encontrada a prestação de contas da organização “O Mártir”, criada pelo falecido aiatolá Khomeini depois da guerra Irã-Iraque. Ela custeia a manutenção das famílias de “mártires” da guerra iraniana e, também, da guerra palestina (veja reprodução ao lado). Hattem Barakat é respeitado nos grupos radicais da região por sua proximidade com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. Registros dos órgãos de segurança do Paraguai indicam que, em janeiro de 2001, Hattem foi hóspede de Nasrallah numa das residências do chefe político libanês, em Bourj Hammoud.Desde então, parte dos negócios dos Barakat foi dirigida em parceria com o indiano Rajkumar Naraindas Sabnani, proprietário de empresas em Hong Kong, Praga, e escritórios em Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Buenos Aires. Naraindas é procurado pela Justiça paraguaia por pirataria e contrabando, entre outras atividades atribuídas à máfia de Hong Kong na tríplice fronteira.

27.3.07

O terror segundo John Updike

O escritor americano John Updike tornou-se conhecido como cronista da medíocre vida dos americanos de classe média, especialmente os moradores das cidades secundárias do Leste. Tal interesse, porém, nunca desviou seu olhar da realidade, que surge de forma impactante na maioria de suas histórias. Assim, após a reviravolta mundial provocada pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, ele se voltou para a incômoda reação islâmica - não como um simples crítico, mas principalmente como um intelectual interessado em descobrir as causas de tanto atrito, sem jamais esquecer o ponto de vista do outro.
Tanto interesse resultou no romance "Terrorista", surpreendente obra que chegou nesta semana às livrarias brasileiras, em edição da Companhia das Letras (336 págs.). Continua ali seu interesse em traçar um panorama da vida dos americanos comuns, especialmente suas pequenas paixões e misérias. Updike, no entanto, escolheu como protagonista Ahmad, um adolescente filho de mãe irlandesa e pai árabe, que se converte ao Islã e, aos poucos, é atraído pelo mundo do terrorismo internacional.
'Hoje vivemos em um mundo que não oferece aos jovens razões suficientes para viver', comentou Updike em entrevista ao Estado, realizada por telefone, desde sua residência em Arizona. De fato, com o desalento provocado pela educação falha, o escritor faz com que a atenção do jovem Ahmad seja disputada por dois mentores.
De um lado, o orientador educacional de sua escola, Jack Levy, um judeu nada religioso, desgostoso com a própria vida, mas que o aconselha a seguir os estudos até a faculdade. Do outro, o xeque Rashid, imã da mesquita freqüentada pelo rapaz, religioso vinculado ao terrorismo internacional que o convence a entrar no combate, participando de um atentado suicida. A rejeição do capitalismo e dos valores da sociedade americana movem a história, cujo final, tal qual um thriller, caminha para uma surpresa.

22.3.07

Escolas britânicas contra o véu


As autoridades britânicas, até então muito liberais em relação ao uso do véu, decidiram nesta terça-feira divulgar diretrizes que autorizam claramente os diretores de escolas a banir o niqab, o véu integral, em meio a vários processos.
O sistema escolar britânico, que aceita o uso do hidjab, o véu que deixa a face descoberta, teve que se adequar aos processos na justiça após um estabelecimento ter proibido uma aluna de 12 anos de usar o véu integral, que deixa de fora apenas os olhos.
"As escolas devem agir razoavelmente para se adaptar às exigências religiosas, com a condição de que não representem uma ameaça para a segurança e o aprendizado, ou não comprometam o bem-estar de toda a comunidade escolar", informou o departamento para educação e talentos.
Estas diretrizes, que pedem também que escolas não adotem uniformes muito caros, esclarecem a situação, explicou uma porta-voz do departamento, afirmando que os diretores de estabelecimentos continuam livres para proibir ou não o niqab.
As novas diretrizes serão aplicadas às escolas públicas e, inclusive, às escolas religiosas, mas não às escolas particulares.
O documento informa que as escolas podem banir o uso do véu se este impedir "um professor de avaliar a atenção de uma aluna".
"As escolas devem ser capazes de identificar os alunos para manter a ordem e identificar intrusos", revela o documento.
Massud Shadjareh, presidente da Comissão Islâmica dos Direitos Humanos se declarou consternado por essas diretrizes.
"Aplicar as diretrizes contra as comunidades muçulmanas é simplesmente chocante", declarou.
O Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha (MCB), que fornece suporte à maior parte das associações muçulmanas do país, havia divulgado suas próprias recomendações às escolas em fevereiro.
Ele sugeria que os alunos muçulmanos fossem autorizados a usar barba ou vestimentas islâmicas para permitir a melhor expressão de suas práticas religiosas.
Os desejos dos muçulmanos não são mais levados em consideração pelas escolas públicas em relação ao programa de educação sexual, à presença de vestiários individuais, aos tempos de oração, às refeições halal ou às aulas de natação, considerou o Conselho.
John Dunford, secretário geral do sindicato de professores ASCL, saudou a iniciativa das autoridades, frisando que a análise destas diretrizes pelas escolas permitirá a elas "conseguir esclarecimentos a respeito do uso dos véus ou de outras vestimentas religiosas".
O debate sobre o uso do véu foi iniciado em outubro de 2006 pelo ministro das Relações Exteriores, Jack Straw, que havia declarado não se sentir à vontade em relação ao uso do niqab pelas mulheres.
Ele ganhou força com o caso de Aishah Azmi, uma professora auxiliar britânica, suspensa em 2005 por ter se recusado a retirar seu niqab em classe.
A escola na qual lecionava considerou que as crianças não compreendiam Azmi por ela usar o niqab. Ela perdeu um primeiro recurso no Tribunal do Trabalho em outubro e sua apelação está sendo examinada.
O debate chegou ao seu ponto máximo em fevereiro quando a Alta Corte de Justiça apoiou a decisão de um colégio de Birmingham de proibir o uso em sala de aula do niqab por uma aluna de 12 anos, que tornou sua comunicação com os professores mais complicada.
Outras escolas britânicas ainda autorizam o niqab e adaptaram sua política de uniformes para aceitar o uso do vestido islâmico e das túnicas.

O Corão ou a Lei?


A revelação de que uma juíza alemã se recusou a conceder o divórcio imediato a uma mulher de origem marroquina agredida pelo marido, sob a alegação de que o Corão não condena este tipo de tratamento, provocou muita polêmica na Alemanha.
A notícia ocupa a primeira página de quase todos os jornais alemães e é destaque em todas as emissoras de televisão de informação contínua.
"Onde vivemos? Uma juíza autoriza as agressões entre cônjuges e se refere ao Corão", estampa o Bild, jornal de maior tiragem do país.
"Em nome do povo: as agressões estão autorizadas", afirma o jornal de esquerda Taz, que publica na primeira página um trecho do versículo 34 da quarta sura (capítulo) do Corão: "Àquelas de quem temais desobediência, admoestai-as, confinai-as nos seus aposentos, castigai-as."
Um tribunal de Frankfurt aprovou na quarta-feira um recurso apresentado pelo advogado da mulher de 26 anos, mãe de dois filhos, para destituir a juíza alemã. Um novo magistrado assumirá o caso.
O Conselho Central dos Muçulmanos na Alemanha reagiu imediatamente, ao afirmar que a juíza deveria ter se referido à Constituição alemã e não ao Corão. Também lembrou que no Islã tanto a violência como os maus-tratos são motivo de divórcio.
Os políticos alemães também demonstraram revolta e condenaram publicamente a atuação da juíza.
"Quando o Corão é elevado acima da Lei Fundamental alemã, então não me resta mais que dizer: boa-noite Alemanha", declarou o secretário-geral da União Democrata Cristã (CDU), Ronald Pofalla, partido que integra a coalizão de governo.
"Seus argumentos são tão insuportáveis que não seriam em nenhum caso considerados, mesmo do ponto de vista de uma eventual interpretação do direito e da lei", critica na edição on-line da revista Der Spiegel o ministro do Interior da Baviera, Guenther Beckstein, da União Social Cristã bávara (CSU).

15.3.07

Elas no poder!

Georgina Bush, the Supertop Miss Imperatrix Mundi...


Antoniette Blair, a Dama de Ferro...



Baranga Obama Summer



Colina Powell




Valeska Putinnha


Mahmoud Al-Sherazad, a rainha do deserto...

Sua Alteza Real, Princesa Charlote...

Kim Jong Lili, a atômica mulher dragão...

Nicole Sarkozy, femme fatale...

Silvia Berluscone, bella donna!...

Madame Chirac, chiquérrima...
Dona Luiza Ignácia, ô coitada!...



9.3.07

Sanções ao Irã


Decadência e Islamização


Desde Freud: The Mind of a Moralist (1959), Philip Rieff (1922-2006) foi reconhecido como um dos mais importantes pensadores americanos. Sua última obra, My Life Among the Deathworks (University of Virginia Press, 2006), analisa a cultura como expressão da ordem divina. Ela pode nos servir de ponto de partida para explicar por que a pretensa "civilização laica" não tem como desembocar em nenhum paraíso global de justiça e prosperidade, mas só na dominação universal do islamismo. A premissa de My Life Among the Deathworks é a admissão de que em toda cultura há uma série inumerável de palavras e símbolos que desfrutam de autoridade pública automática. São a tradução de verdades que não estão aí para ser provadas ou impugnadas: elas estruturam a nossa vida de todos os dias para muito além da nossa capacidade de reflexão consciente. Evocam a nossa obediência imediata e despertam em nossa alma sentimentos de culpa e inadequação quando as infringimos. Ao conjunto delas Rieff denomina "ordem sacra". A educação doméstica, as regras de boas maneiras, as hierarquias administrativas, a política, o gosto literário e artístico, tudo numa cultura é "transliteração da ordem sacra numa ordem social". Examinar criticamente esses símbolos desde o ponto de vista da razão individual, da filosofia ou da "ciência" é legítimo, mas é uma atividade que transcorre dentro da cultura e balizada por ela. Seu alcance, portanto, é limitado: nenhum saber individual pode substituir-se à cultura como um todo. O máximo de profundidade que a sondagem dos símbolos pode alcançar é aquela que se observa na psicanálise (independentemente do conteúdo específico das teorias de Freud): a penetração do exame racional nas brumas do inconsciente, para desativar a sobrecarga de autoridade de símbolos sacrais. Estes são absolutamente necessários à cultura, mas à medida que o tempo passa eles se consolidam em formas de autoridade interiorizada cujo peso acumulado se torna opressivo. A psicanálise desata os nós da sobrecarga, liberando o indivíduo para reintegrar-se na ordem social, não para sair dela.Na evolução histórica do Ocidente, Rieff identifica três ordens sacrais sucessivas, que ele chama de "mundos". Na cultura do mundo antigo, greco-romano, potências espirituais supra-humanas e infra-humanas enquadravam o homem numa ordem cósmica que se traduzia em ordem social sob a noção geral de "destino". No monoteísmo judaico-cristão, a leitura dos símbolos torna-se mais sutil e ao mesmo tempo mais exigente, instaurando o compromisso da "fé" e a luta permanente do homem para permanecer integrado na ordem divina. A terceira cultura, ou "terceiro mundo" está se formando bem diante dos nossos olhos, e sua diferença das duas anteriores é radical: pela primeira vez na história humana, as elites culturais tentam construir uma ordem social sem ordem sacra, ou melhor, contra toda ordem sacra. O experimento, enfatiza Rieff, é inédito. Comentando o livro na Intercollegiate Review, R. R. Reno, especialmente qualificado para analisar o assunto por sua experiência anterior em Ruins of the Church: Sustaining Faith in an Age of Diminished Christianity (2002), observa que se trata de impor a toda a humanidade o uso de remédios jamais testados. Os princípios da nova civilização podem-se resumir em três enunciados: 1) Toda proibição é proibida.2) Toda repressão deve ser reprimida.3) A única verdade é que não existe verdade.Nesse quadro, a própria razão é condenada como repressiva, e automaticamente o privilégio de credibilidade é transferido a símbolos de prestígio ("papéis teatrais") associados ao poder "libertador" da satisfação narcísica. A própria "ciência" já não funciona como conhecimento racional, mas como estereótipo publicitário encarregado de legitimar os desejos da multidão, ou os da elite injetados na multidão.As práticas culturais da nova sociedade, que Rieff exemplifica e analisa extensamente, copiam as da terapia freudiana, mas não para curar a alma e sim para esvaziá-la de todo sentido de vida. A "liberação" geral desemboca no niilismo. "Onde nada é sagrado, não existe nada."O problema com as análises de Rieff é que elas abrangem somente o panorama ocidental. A conseqüência inevitável é que tendem a aceitar como novo padrão civilizacional mundial aquilo que, visto desde outra perspectiva, pode ser apenas a transição rápida e fulminante de uma ordem social fundada no judeocristianismo para outra de base islâmica. A emergência da cultura niilista pode ser datada, sem erro, do iluminismo francês. O "culto da Razão" como fundamento de uma civilização mais feliz e mais livre baseada no esclarecimento científico é apenas uma idéia popular, que não corresponde em nada à verdade histórica do iluminismo. Não apenas o século XVIII francês foi mais povoado de superstições, bruxarias, ritos esotéricos e sociedades secretas do que qualquer etapa anterior da história ocidental, como também os abismos de incongruência no pensamento dominante da época inspiraram a Goya a sua famosa gravura "El sueño de la razón produce monstruos". Nos escritos de um Voltaire, de um Diderot, de um Montesquieu, os estudiosos vêm descobrindo padrões de descontinuidade e desequilíbrio que raiam a loucura pura e simples. Como observou Paul Ilie no monumental The Age of Minerva (2 vols., Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1995), mais que a época da razão o iluminismo foi a época da ruptura radical entre a razão e os sentimentos, estes expressando-se em delírios passionais que pareciam emergidos diretamente do inferno, aquela em simulacros de ordem que celebravam indiretamente a onipotência do caos. Paul Hazard, em La Pensée Européenne au XVIIIe. Siècle, mostrou que a receptividade dada à crítica antitradicional intelectualmente sofisticada foi devida menos à aparente racionalidade de seus argumentos do que à atmosfera preparada por uma incrível inundação de piadas e lendas anti-religiosas, de uma baixeza e vulgaridade à toda prova, que já circulavam desde muito antes dos panfletos de Voltaire e Diderot. Boa parte da obra destes últimos (já mencionei aqui o caso de La Réligieuse, v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/ 070108dc.htm) não fez senão beber nessa fonte espúria e dar-lhe um verniz de respeitabilidade literária. Corroendo a fé pública nos símbolos e instituições tradicionais, o iluminismo desembocou não só na loucura genocida do Terror, mas nos sangrentos delírios pornográficos do marquês de Sade, que vieram a exercer contínua atração hipnótica sobre a imaginação francesa até Jean-Paul Sartre e Georges Bataille (v., deste último, L’Érotisme: "Do erotismo pode-se dizer que é semelhante à morte"). O mergulho final do intelectual francês no submundo do marquês de Sade tomou forma, não literária, mas biográfica, em Michel Foucault, escravo das drogas e devotamente empenhado em "transcender o sexo" mediante o sofrimento físico em rituais de flagelação masoquista, com algemas, chicotinho, cuecão de couro e tudo o mais (não sei se é para rir ou para chorar, mas leia a história completa em Roger Kimball, "The perversions of Michel Foucault", na revista The New Criterion, http://www.newcriterion.com/archive/11/mar93/foucault.htm). A inspiração niilista do movimento revolucionário pode ter sido obscurecida por um breve momento graças à ascensão da utopia proletária, mas sua natureza profunda não demorou a aparecer de volta sob a forma de montanhas de cadáveres, um acúmulo impensável de sofrimento humano, resultando enfim no fiasco da URSS e nos arranjos capitalistas do comunismo chinês. A desilusão com o comunismo soviético e chinês produziu o imediato retorno aos motes do iluminismo francês, com a nova divinização da "ciência" e a mais virulenta campanha anti-religiosa de todos os tempos, subsidiada por verbas milionárias, fortemente amparada pela indústria do show business (O Código Da Vinci, O Corpo, e agora O Túmulo de Jesus), abrilhantada por ídolos pop da divulgação científica como Richard Dawkins, Daniel Dennet e Sam Harris e coroada por uma sucessão impressionante de legislações repressivas promovidas diretamente pelos organismos internacionais e voltadas contra a expressão pública da fé. Injetada num ambiente previamente preparado pelo "politicamente correto", e coincidindo no tempo com a nova onda de anti-semitismo europeu e com a matança generalizada de cristãos nos países islâmicos e comunistas, a campanha dá um passo enorme no sentido da extinção do legado civilizacional judaico-cristão e na instauração mundial da social-democracia laica, o prêmio de consolação dado pela elite globalista à esquerda mundial pelo fracasso do comunismo russo-chinês. Ora, a absoluta incapacidade da socialdemocracia laica de resistir à invasão cultural islâmica já está mais do que demonstrada na prática. Nem vou insistir nisso. Os interessados que leiam Eurabia: The Euro-Arab Axis, de Bat Ye’or (Farleigh Dickinson University Press, 2005), The Death of the West, de Patrick J. Buchanan (St. Martin’s Press, 2002) e The Abolition of Britain, de Peter Hitchens (Encounter Books, 2000), só a título de exemplos.A fraqueza incurável daquilo que um dia foi "o Ocidente" provém do fato de que, esvaziados do conteúdo vital que recebiam da tradição judaico-cristã, os princípios mesmos que induzem os intelectuais europeus a defender seus países contra a tirania islâmica – a modernidade, a razão científica, a democracia, o progresso capitalista, a liberdade de expressão, o primado do consumidor e os confortos da previdência social – se tornam instrumentos de corrosão das identidades nacionais e da capacidade de autodefesa cultural. E de há muito os estrategistas islâmicos já perceberam isso, senão não teriam podido conceber a "guerra assimétrica" nem o uso maciço da imigração como arma de combate.O protesto melancólico de Oriana Falacci, bradando contra o fim da Europa e nada podendo alegar em favor dela exceto seu amor pessoal às delícias da modernidade, soa tão fútil e impotente ante as exigências morais avassaladoras da autoridade islâmica que se torna o símbolo mesmo de uma civilização agonizante. O que sobra no fundo do niilismo é o hedonismo, mas seria vão tentar construir – ou defender – uma civilização com base nele. O hedonismo atrai interesses, mas não é fonte de autoridade. Ele próprio é niilismo em versão light. Anúncios de restaurantes nada podem contra o vigor do protesto islâmico. Mas a força da invasão islâmica não repousa só na fraqueza do adversário. Há um poder efetivo, "positivo" por assim dizer, intrínseco à mensagem islâmica, que a torna especialmente capacitada a apropriar-se de um corpo civilizacional debilitado pelo niilismo. É que o próprio Islam tem um fundo "niilista". Mohammed destruindo os ídolos da Kaaba é o advento de um monoteísmo abstrato que varre do planeta os símbolos visíveis do divino e os substitui pelo culto disciplinar do absolutamente invisível. A proibição radical das imagens equivale a uma política de terra-arrasada espiritual onde só o que sobra para atestar a presença divina é o apelo auditivo de um substantivo abstrato (Allah não significa propriamente "Deus", nome próprio, mas "a divindade"). Nas mesquitas, o equivalente ao altar é o mihrab, um espaço vazio cavado na parede, designando a divindade eternamente ausente e inalcançável. No Islam não existe nem o povo eleito, atestando através da história a continuidade da profecia, o diálogo permanente entre o homem e Deus, nem a Encarnação pela qual o divino habita entre nós como nosso igual e nosso irmão. O ciclo da profecia está encerrado: Deus falou pela última vez a Mohammed e não falará mais até o fim dos tempos. O silêncio só é rompido pelo chamamento dos muezzins no alto das mesquitas, convocando a humanidade a prosternar-se ante o eterno Ausente que, ante a nulidade da Terra, se torna o único Presente. E Deus, segundo o Islam, jamais esteve entre nós: foi apenas uma aparência, ou melhor, uma aparição. Nobre e espiritual o quanto se queira, mas aparição. Lâ-llláha-íla-Allah, "não há deus exceto Deus" – tudo o mais é, a rigor, inexistente. Só existe Deus, inapreensível e incorpóreo – e, do outro lado, o Nada. Num mundo esvaziado pelo niilismo, o Islam se torna a única religião viável. Continua portanto válida – não obstante erros de detalhe, concernentes por exemplo à China –, a análise feita em 1924 por René Guénon (ele próprio um muçulmano) em Orient et Occident, segundo a qual o Ocidente só teria, daquele momento em diante, três caminhos a escolher: a reconquista da tradição cristã; a queda na barbárie e em conflitos étnicos sem fim; e a islamização geral. Os que pretendem defender o Ocidente na base do laicismo ou do ateísmo só concorrem para fortalecer a segunda alternativa, ante a qual a terceira pode surgir, mais dia menos dia, até como alternativa humanitária. A "civilização laica" não é uma promessa de vida: ela é a agonia de uma humanidade declinante que, um minuto antes da morte, terminará pedindo socorro ao Islam.
P. S. – Recuso-me terminantemente a escrever “Islã”, com til, uma aberração ortográfica inaceitável.
Publicado pelo Diário do Comércio em 05/03/2007

8.3.07

Ser mulher no séculos XXI é...


Dia Internacional da Mulher

Redação Central, 8 mar (EFE).- O Dia Internacional da Mulher foi celebrado hoje com poucos incidentes no mundo todo, quando as mulheres se dedicaram mais ao trabalho do que às manifestações.Mas não faltaram reivindicações de igualdade social e laboral com os homens e pedidos pelo fim da violência machista.Os únicos distúrbios ocorreram nas Filipinas, onde a Polícia impediu à força uma manifestação que seguia em direção ao palácio de Malacañang, em Manila, residência da presidente Gloria Macapagal Arroyo.Também houve um protesto no acampamento de refugiados de Kalandaia, entre Jerusalém e Ramala, onde centenas de palestinas e judias pediram o fim do embargo econômico internacional contra o Governo palestino e a proteção dos direitos femininos.A batalha das palestinas é dupla: contra a ocupação israelense e por seus direitos, disse à imprensa a ativista de direitos humanos Fadua Jader.No outro lado da divisa, a situação das mulheres melhorou nos últimos vinte anos, mas continuam ganhando salários mais baixos, reconhece um relatório divulgado hoje pelo Escritório Central de Estatísticas israelense.Enquanto isso, o Dia da Mulher gerou medidas positivas em países onde a tradição islâmica marginaliza as mulheres, como a Argélia, onde um decreto presidencial reduziu em um ano as penas das reclusas, e o Irã, onde 30 prisioneiras foram libertadas depois de protestar contra um julgamento de ativistas de direitos humanos.Além disso, as mulheres tiveram direito hoje a viajar de graça no primeiro vôo entre Grozni, a capital da Chechênia, e Moscou desde a explosão da guerra na república russa, em 1994.Mas apesar desse tipo de medidas leves, a situação feminina continua sendo muito grave em vários países, como lembraram as Nações Unidas.O coordenador da ONU na China, Khalid Malik, advertiu hoje que a desigualdade de sexos na China, onde nascem 118 meninos para cada 100 meninas, reflete uma "atitude social" - a preferência por filhos varões - que "pode ter sérias conseqüências no futuro".O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, incentivou hoje o Conselho de Segurança a estabelecer um mecanismo de controle da violência machista, o outro grande inimigo da mulher, além da desigualdade social e laboral em relação aos homens.Sobre a diferença no âmbito profissional, a vice-secretária-geral da ONU, Asha-Rose Migiro, afirmou que o próprio organismo é um mau exemplo, pois nos últimos oito anos, a percentagem feminina ocupando altos cargos só cresceu 0,35% anualmente.Para acabar com o desequilíbrio, um grupo de parlamentares suíças aconselhou que "cessem as queixas" e se aumente a participação feminina na vida política.A presidente do Chile, Michelle Bachelet parece concordar com a idéia. Disse que, com sua vitória eleitoral, as chilenas chegaram à política "para ficar" e "a igualdade entre homens e mulheres deixou de ser um sonho no Chile".Mas a situação não se estende ao resto da América Latina, como no Paraguai, onde centenas de camponesas se manifestaram hoje."Exigimos que o Estado implemente políticas sociais para o acesso à educação gratuita e de qualidade, saúde universal sem discriminação, moradia, terra, emprego digno, e rejeitamos a violência e a discriminação contra as mulheres", disse Dora Flecha, uma das ativistas, durante a manifestação no centro de Assunção, a capital paraguaia.Outra camponesa, que deixou sua casa porque sofria violência doméstica, foi escolhida a Mulher do Ano na Colômbia, onde tanto o presidente Álvaro Uribe como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estiveram de acordo pela primeira vez, ao parabenizar as mulheres por seu dia."A liderança da mulher é indispensável para derrotar a corrupção, a ineficiência e a violência na vida pública colombiana", manifestou Uribe sobre as colombianas, cumprimentadas pelas Farc "com imenso carinho revolucionário".Na América Central, centenas de mulheres marcharam hoje por San Salvador, em El Salvador, para pedir o fim das agressões machistas e a discriminação, enquanto em Tegucigalpa, em Honduras, várias organizações feministas exigiram da Corte Suprema a "efetiva" aplicação da Lei contra a Violência Doméstica.Reivindicações idênticas também ocorreram hoje em lugares tão distantes como Guiné Equatorial e Bruxelas - onde o Comitê de Produtores Europeus (CPE) e a Coordenadoria de Organização Agrícola e Pecuarista espanhola (COAG) denunciaram a "insegurança jurídica e econômica" da mulher no meio rural.Na Guiné Equatorial, a ministra de Integração da Mulher, Eulalia Nvo, pediu durante um ato público que os homens não pratiquem "maus-tratos físicos, psíquicos, ambientais e emocionais contra as mulheres, pois tais comportamentos não lhes fazem bem, mas, pelo contrário, as rebaixam."

27.2.07

Cuidado: A Rússia está em marcha!




O recente discurso do presidente Vladimir Putin na Conferência sobre Políticas de Segurança de Munique criou uma certa comoção. Putin criticou a expansão da OTAN e a política externa americana de uma forma que nos faz lembrar o antigo inimigo soviético. Em resposta, o Secretário-Geral da OTAN manifestou uma mistura de frustração com a esperança de que se poderia driblar as observações de Putin. Antigo consultor para assuntos de segurança de três presidentes americanos, Brent Scowcroft disse que o discurso de Putin foi "desagradável", mas fez notar o fato de que Putin ainda estava disposto a cooperar com os Estados Unidos. O secretário de defesa, Robert Gates, tentou amenizar respondendo que "uma guerra fria já era suficiente", enquanto o presidente Bush assegurou seus compatriotas de que a Rússia e os EUA continuariam a trabalhar juntos.
O que foi que Putin disse em seu discurso que criou tamanho rebuliço?
Logo no início do discurso, Putin disse: "A estrutura desta conferência me permite evitar a polidez excessiva e a necessidade de falar com rodeios, utilizando termos diplomáticos agradáveis, porém vazios. O formato desta conferência me permitirá dizer o que eu realmente penso sobre os problemas da segurança internacional". Uma afirmação desse tipo, da boca de uma antiga autoridade da KGB e atual ditador, geralmente prefigura um engodo. Embora podendo revelar certas verdades, o presidente russo dificilmente entregaria o que pensa realmente, pois fazer isso reduziria seu discurso, de uma odiosidade vulgar, a um cinismo tão voraz ao ponto de deixar os cabelos em pé. Um homem que ordena o assassinato de jornalistas dissidentes não pode se dar ao luxo de expor seu repugnante raciocínio a pessoas normais. Isso ocorre porque Putin não é normal. Ele é um homem da KGB. Ele é um "soviético". E suas realizações – se é que alguém realmente merece crédito por elas – não são realmente suas. A ciência militar, a sociologia e o pensamento econômico por trás do ressurgimento da Rússia são a realização de organizadores ocultos, estruturas secretas da KGB e do Partido Comunista russo. Putin é uma cria dessas estruturas, seja lá qual for o seu cargo específico e seu poder verdadeiro. Há um establishment oculto na Rússia e Putin é seu representante visível, e não deve ser confundido com o tipo de presidente que se encontram nos países ocidentais. Tampouco se deve confundir o sistema político da Rússia com qualquer outro, pois ele é tipicamente asiático. É um sistema que confia em um exército secreto de informantes e provocadores, na coordenação entre o crime organizado e a polícia, na oposição controlada e agentes duplos, em posturas de fachada e falsas aparências. Nesse contexto, a última coisa que se ouvirá do líder russo é o que ele "realmente pensa". O que se ouve de seus lábios é algo calculado. Não importa que pareça cru ou inicialmente ineficaz, pois é psicologicamente pré-calculado. As afirmações dos estadistas russos são parte da estratégia russa.
De acordo com Putin, "é de conhecimento geral que a segurança internacional compreende muito mais do que questões relacionadas à estabilidade militar e política. Envolve a estabilidade da economia global, a superação da pobreza, a segurança econômica e o desenvolvimento de um diálogo entre civilizações". Putin está apelando para os sentimentos feridos dos países pobres, e ao "complexo de culpa esquerdista" dos países ricos. A fórmula das nações ricas versus nações pobres é fundamental para sua estratégia. A guerra de classes, o conceito mais fundamental de todo o marxismo, está sendo colocada em destaque. É uma arma com o intuito de incitar a maioria dos países. Pense na situação global da seguinte forma: há uma guerra, e de um lado estão os pobres. Do outro lado os ricos. É nesse contexto que o presidente Putin citou a fala do presidente americano Franklin D. Roosevelt, que disse: "Quando a paz é rompida em qualquer lugar, a paz de todos os países, em todos os lugares, está em perigo". É algo que Roosevelt disse quando a Segunda Guerra Mundial teve início. Essa observação, diz Putin, "permanece atual hoje em dia".
Putin está dizendo que nós estamos no início de uma nova guerra mundial. Desta vez, no entanto, os EUA são o país agressor. O mundo todo deve agora se curvar ante o "único mestre, o único soberano", ou resistir. Essas palavras de Putin não têm como alvo os EUA ou a Europa, embora ele as diga diante de uma reunião de líderes americanos e europeus. Seu alvo é o mundo árabe, a África, a Ásia e a América Latina. Ele lhes está dizendo que os EUA querem tiranizar o planeta "contrariando a democracia", que a atitude americana de ensinar a democracia aos outros é mera hipocrisia. "Aqueles que nos ensinariam", diz ele, "não querem eles mesmos aprender".
O domínio global americano é inaceitável, diz Putin. Conduz à guerra e ao massacre em massa. "Estamos testemunhando hoje um uso quase descontrolado de força – força militar – nas relações internacionais, força essa que está mergulhando o mundo em um abismo de conflitos permanentes", afirma Putin. "Estamos vendo um crescente desdém aos princípios básicos do direito internacional. E normas legais independentes estão, na realidade, se assemelhando cada vez mais a um sistema legal de um estado único. Um estado único e, é claro, os Estados Unidos antes de tudo, [que] ultrapassaram as fronteiras nacionais de todas as formas possíveis. Isso é visível na política econômica, na agenda política, cultural e educacional que eles impõem às outras nações. E quem gosta disso? Quem está feliz com isso"?
Putin está apelando ao crescente anti-americanismo que décadas de propaganda bolchevique cultivaram em todo o mundo. Ele desafia o poder hegemônico na sua presença. Finge falar pelo mundo em desenvolvimento, inclusive o mundo árabe. Afinal, ele está em vias de visitar a Arábia Saudita. Os dois grandes produtores de petróleo, Rússia e Arábia, estão se aproximando. A estratégia na área de energia é parte da grande estratégia russa. Em seu pronunciamento, Putin está avisando à OPEP que se defenda contra um grave perigo. Diz que o direito internacional não pode mais protegê-los. Os americanos têm como e irão invadi-los. Mas há uma poderosa alternativa aos Estados Unidos. O sub-texto tácito é que a Rússia e seus aliados (como a China, a Índia e o Brasil) têm a influência econômica e o poderio militar para virar a mesa sobre os EUA e a Europa também. "O PIB combinado", lembrou Putin, "medido em paridade de poder de compra de países como a Índia e a China já é maior que o dos EUA. E um cálculo similar com o PIB dos países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – ultrapassa o PIB acumulado da União Européia. E, de acordo com os especialistas, no futuro essa diferença só aumentará". Se os EUA querem uma corrida armamentista, que venham. A Rússia está pronta e se preparando para se rearmar de forma grandiosa, como o ministro da defesa da Rússia anunciou há pouco tempo. E a Rússia tem a riqueza necessária para aplicar o merecido castigo.
Segundo Putin, os próprios americanos são responsáveis pelo terrorismo e a situação das armas de destruição em massa no planeta. A hipocrisia americana, diz Putin, estende-se até mesmo à não-proliferação nuclear, pois o domínio ameaçador dos EUA "é um incentivo para que muitos países adquiram armas de destruição em massa". É culpa dos EUA se a Coréia do Norte e o Irã estão construindo um arsenal atômico. Foram os próprios americanos os responsáveis. Deve-se perguntar, diz ele, por que os americanos estão bombardeando e atirando em pessoas nessa fase do jogo? Afinal de contas, a Rússia virou uma democracia! Qual o problema? Os americanos perderam a fé no poder dos valores culturais e democráticos?
E o que aconteceu com o controle de armas e o processo de desarmamento? Bem, afirma Putin, os americanos jogaram o processo no lixo. "A Rússia pretende cumprir estritamente as obrigações que assumiu [em termos dos tratados de controle de armas]. Esperamos que nossos parceiros [ou seja, os americanos] também agirão de forma transparente e se policiarão para não deixar de lado algumas centenas de ogivas nucleares excedentes para o caso de necessidade. E se hoje o novo Secretário de Defesa americano declarar que os Estados Unidos não esconderão armas excedentes em armazéns ou, como se diz, debaixo do travesseiro ou do cobertor, então eu sugiro que todos nos ergamos e saudemos essa declaração de pé. Seria uma declaração muito importante".
O totalitarismo de Putin está escamoteado, assim como as estruturas secretas que o levaram ao poder ficaram escondidas durante a presidência de Yeltsin. A mente totalitária é uma mente paranóica. Constrói sua posição baseando-se em mentiras e fica concatenando tramas de destruição, esperando realmente que seu principal inimigo esteja fazendo a mesma coisa. Quando ele sugere que os Estados Unidos querem esconder armas nucleares "debaixo do travesseiro", confessa que a Rússia fez muito mais. Na realidade, a Rússia tem milhares de armas nucleares escondidas e não catalogadas (de acordo com o falecido Bill Lee, um destacado especialista da inteligência americana). A Rússia rompeu quase todos os tratados que assinou. Qualquer um que acompanhe os jornais com atenção suficiente se lembrará das histórias de violação de tratados sobre armas químicas, nucleares e biológicas em vigor. E agora que a Rússia está ajudando o Irã a desenvolver um arsenal atômico torna-se quase risível Putin dizer à sua platéia em Munique que "A Rússia adere estritamente e pretende aderir ainda mais ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, assim como o regime de supervisão multilateral de tecnologias de mísseis". O presidente russo não é sério. Ele é cínico, e conta com o cinismo de seus camaradas do Terceiro Mundo.
Putin realmente prevê que a Rússia terá de romper com o Tratado de Não-Proliferação que restringe os mísseis nucleares de médio alcance. São essas as armas que a Rússia utilizou para ameaçar a Europa nos anos 80. Eram então consideradas as armas mais desestabilizadoras. Deve-se imaginar os arrepios dos estadistas europeus presentes ao encontro.
Mas a reação americana foi fraca. Não havia nenhum Winston Churchill disposto a dizer que a Rússia ainda era uma ameaça, e que ela estava rompendo seus tratados enquanto se preparava para a guerra. Ao desfazer-se da asneira que foi a Cortina de Ferro, o novo totalitarismo russo é polido, seletivo, e enganosamente aberto. O Ocidente acha-se emaranhado economicamente em sua rede. Poder-se-ia argumentar que existe liberdade na Rússia, não fosse pela eliminação de tantos jornalistas – como Paul Klebnikov e Anna Politkovskaya (para não mencionar o envenenamento por radiação de Alexander Litvinenko, em Londres). Os métodos para esmagar os dissidentes são mais precisos hoje em dia, com o benefício extra da negação convincente. Alguns observadores compararam o discurso de Putin ao Discurso de Fulton, de Churchill. Alguns disseram que Putin estava declarando uma nova Guerra Fria. Mas não havia nada de novo em seu discurso. Altos líderes russos e representantes do regime já disseram repetidas vezes as mesmas coisas. Além disso, Putin já declarou guerra aos Estados Unidos depois do massacre de Beslan. Ele acusou os Estados Unidos de estarem por trás dos terroristas na Rússia.
A Rússia está, portanto, em marcha, e essa marcha começou já faz algum tempo.



© 2007 Jeffrey R. Nyquist
Publicado por Financialsense.com
Tradução: Caio Rossi

Qual a maior ameaça?


Os Estados Unidos enfrentam uma série de ameaças, encabeçadas pela Al-Qaeda, o conflito no Iraque e a possibilidade de que o Irã desenvolva armas nucleares até 2015, declarou nesta terça-feira o chefe do serviço de Inteligência, Michael McConnell.
"A Al-Qaeda representa a principal ameaça para os interesses americanos, inclusive ao território dos EUA", disse McConnell durante uma audiência na comissão das Forças Armadas no Senado sobre "a avaliação anual da ameaça".
"Além da Al-Qaeda, suas redes e afiliadas, existe a ameaça terrorista do (grupo xiita libanês) Hezbollah, apoiado pelo Irã e pela Síria. Depois das hostilidades do verão passado (no Líbano), o aumento da auto-confiança do grupo e de sua hostilidade contra os Estados Unidos, por ser aliado de Israel, poderia conduzir a organização a aumentar seus preparativos contra alvos americanos", avaliou McConnell.
Ele situou o Irã e a Coréia do Norte em outra categoria, já que considerou a proliferação de armas de destruição em massa como "a segunda ameaça".
"Depois do terrorismo, o esforço desses países e dos terroristas para desenvolver e/ou adqüirir armas perigosas e seus veículos constitui a segunda ameaça contra a segurança de nosso país, de nossas tropas que estão em campo e de nossos aliados", declarou McConnell.
"O Irã e a Coréia do Norte são os países que mais nos preocupam", definiu.
Em relação ao Iraque, o diretor da Inteligência acredita que "as atuais tendências políticas e de segurança no Iraque evoluem na direção errada", acrescentando que "o termo 'guerra civil' descreve bem os elementos essenciais que compõem o conflito iraquiano".
"A não ser que os esforços destinados a inverter esta situação surtam real efeito nos próximos 12 ou 18 meses (...), consideramos que a situação da segurança continuará a se deteriorar num ritmo comparável ao que se observou durante o segundo trimestre de 2006".
Ao se referir ao governo de Hugo Chávez, McConnell afirmou que "as compras de moderno equipamento militar russo, incluindo 24 caças bombardeiros SU-30, e movimentos visando ao desenvolvimento de sua própria capacidade de produção de armas são preocupações crescentes para seus vizinhos".
"Essas compras de armas podem alimentar uma corrida armamentista na região", acrescentou McConnell.
"Os esforços de Chávez para politizar as forças Armadas venezuelanas e criar uma ampla e bem armada Guarda Territorial e reservistas militares são outros sinais de que está rompendo com a tendência na região, que é de militares mais profissionais e apolíticos", manifestou.
A Venezuela adquiriu no fim de 2006 um total de 24 caças Sukoi 30 russos e acertou a compra de 53 helicópteros MI-24 e 100.000 fuzis Kalashnikov, entre outros equipamentos.
Além disso, no início de fevereiro, Chávez confirmou a compra de mísseis Top-MI da Rússia para "defender as instalações petroleiras, as instalações estratégicas".
Os convênios com a Rússia contemplam também a instalação na Venezuela de duas fábricas, uma para fuzis e outra para munições.
Já no que diz respeito à Rússia, McConnell não enxerga uma ameaça concreta, mas fez críticas ao que considera uma radicalização da atitude do governo e uma política exterior marcada por elementos de "rivalidade e antagonismo" em relação aos Estados Unidos.
O diretor da Inteligência disse que o Kremlin vem se tornando cada vez mais anti-democrático e obstinado à medida em que se aproximam as eleições presidenciais do próximo ano.
"A reafirmação (da supremacia) da Rússia continuará com a inserção de elementos de rivalidade e antagonismo nas negociações entre Washington e Moscou, particularmente em nossas interações com a ex-União Soviética", afirmou McConnell.

22.2.07

Mais um blogueiro silenciado pelo Islã



Um tribunal egípcio condenou hoje a quatro anos de prisão um blogueiro acusado de insultar o Islã e o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Trata-se do primeiro processo judicial promovido contra o autor de um blog na internet no Egito.
Abdel Kareem Nabil, de 22 anos, declarou-se inocente de todas as acusações contra ele apresentadas. Enquanto isso, grupos de defesa dos direitos humanos exigem a imediata libertação do ex-aluno da Universidade Al-Azhar, no Cairo, uma instituição islâmica.
Nabil, que escrevia em seu blog com o nome de Kareem Amer, criticou duramente a instituição de ensino em seu weblog, qualificando-a como "a universidade do terrorismo" e acusando-a de suprimir a liberdade de pensamento. A universidade expulsou Nabil no ano passado e mobilizou promotores para que o levassem a julgamento. Seu blog também continha críticas ao regime de Mubarak.
O juiz leu o veredicto em uma breve audiência num tribunal da cidade mediterrânea de Alexandria. Ele sentenciou Nabil a três anos de prisão por insultar o Islã e incitar a sedição e mais um ano por insultar Mubarak. Nabil estava sujeito a uma sentença máxima de nove anos de reclusão. A audiência na qual foi proferida a sentença durou apenas cinco minutos. A seguir, ele foi retirado da corte e levado para a prisão sem comentar o assunto.
No ano passado, a polícia egípcia deteve diversos blogueiros, a maioria por causa de conexões com movimentos reformistas pró-democracia. Detido em novembro, Nabil foi o único levado a julgamento até agora. A maioria dos demais blogueiros foi libertada.
Não há como contestar: não existe liberdade no Islã!

14.2.07

Al Qaeda: México e Venezuela estão na mira!


Abu Dhabi, 14 fev (EFE).- O braço saudita da rede terrorista Al Qaeda pediu a seus seguidores que ataquem as instalações petrolíferas dos países que fornecem petróleo aos Estados Unidos, dentre os quais citou o México, a Venezuela e o Canadá.
Este pedido faz parte de um artigo incluído na última edição da revista eletrônica "Sawt al Yihad" (Voz da Guerra Santa), da chamada "organização da Al Qaeda na Península Arábica".O artigo, intitulado "Bin Laden e a arma do petróleo", encoraja os mujahedins (combatentes islâmicos) a atacar instalações petrolíferas, não apenas na Arábia Saudita, mas no mundo todo.

9.2.07

A Realidade do Multiculturalismo



Uma menina de 12 anos recorre aos tribunais para garantir seu direito de usar o niqab, o véu que deixa ver apenas os olhos; Salim explica que sua "radicalização" é causada pela "discriminação": os muçulmanos britânicos, como muitos na Europa, tentam afirmar cada vez mais sua identidade.
Segundo um estudo do instituto Policy Exchange, divulgado há poucos dias, um número crescente de jovens muçulmanos neste país é a favor da sharia, do véu islâmico para as mulheres e das escolas religiosas.
Numa destas escolas, a Academia Fadah, do oeste de Londres, financiada pela Arábia Saudita, eram utilizados há dois dias livros que ensinam que os cristãos são "porcos" e os judeus, "macacos".
Esses livros foram retirados depois que um ex-professor revelou seu conteúdo. Ao mesmo tempo, nas escolas públicas da França, circularam livros que rechaçam, em nome do Alcorão, a teoria da evolução.
Em Londres, assim como nas outras grandes cidades da Inglaterra, os lenços muçulmanos, inclusive os véus, são cada vez mais visíveis nas ruas, lojas, supermercados e escolas, ao mesmo tempo que médicas, advogadas e professoras muçulmanas exercem sua profissão com a cabeça coberta.
Leila, uma estudante de cinema documental de 19 anos, disse à AFP que, embora nem sua mãe nem suas várias tias usem o véu islâmico, ela sente necessidade de usá-lo.
"Para mim, o sonho de meus pais de que eles e seus filhos se integrariam nesta sociedade já desmoronou. É mentira, não vivemos todos juntos e em harmonia. Somos uma comunidade à parte, que deve reafirmar-se como tal", disse.
Ao mesmo tempo, alguns britânicos brancos que vivem em Whitechappel, um bairro majoritariamente muçulmano de Londres, expressam seu temor pelo que chamam de o "auge do extremismo muçulmano".
"Já não me sinto bem aqui", disse Helen, contando que nasceu há 50 anos numa rua próxima, em Bricklane. Perto dessa rua, há agora uma mesquita.
Em Birmingham (segunda cidade da Inglaterra), onde a promotoria indiciou na sexta-feira cinco britânicos paquistaneses presos na semana passada numa grande operação policial, por suspeita de terrorismo, a comunidade muçulmana manifestou sua cólera e desconfiança.
Um dos homens presos nessa operação, que depois foi libertado, expressou seu mal-estar, afirmando que para os muçulmanos este país é "um Estado policial".
"Este não é um Estado policial para todo mundo porque estas leis antiterroristas foram elaboradas especificamente para os muçulmanos e este é um fato claro", declarou Abu Bakr, que faz doutorado em política islâmica.
Por sua vez, Salim, de 20 anos e estudante numa Universidade de Londres, admite que há alguns anos, entre seus amigos, havia "uma minoria" que poderia ter sido considerada fundamentalista islâmica.
"Mas cada vez tenho mais amigos que estudam o Alcorão, que vão à mesquita, que são a favor do véu, que viajam para o Paquistão", disse Salim, que atribui esta mudança ao fato de os jovens muçulmanos serem discriminados.
"Sentimos que as pessoas e as leis nos discriminam. Nós nos sentimos discriminados", disse, acrescentando que os muçulmanos não se sentem comprometidos com o Reino Unido.
Bob Ayers, analista do Instituto Real de Assuntos Internacionais, lembra, citando um estudo do governo, que "cerca de 25% dos jovens muçulmanos nascidos no Reino Unido ou que possuem a nacionalidade britânica manifestam que têm pouca ou nenhuma lealdade a este país".

8.2.07

Rússia e Irã: mais do que uma boa amizade!


Quem será o remetente?



Um funcionário ficou ferido nesta quarta-feira depois que um pacote-bomba explodiu em uma agência de licenciamento de veículos, o terceiro incidente similar em três dias na Grã-Bretanha, noticiou a BBC.
Os serviços de emergência foram chamados para a agência de licenciamento de veículos e motoristas após a explosão em Swansea, no País de Gales, segundo a reportagem.
Cartas-bombas explodiram esta semana em duas empresas britânicas ligadas à cobrança de multas de trânsito.
Outros casos

Na última terça-feira, dois funcionários ficaram levemente feridos nas mãos em uma "pequena explosão" provocada por uma carta-bomba no escritório da companhia Vantis, em Wokingham.
Na segunda-feira, a primeira carta-bomba explodiu em um escritório da Victoria Street, em pleno centro de Londres. Uma mulher que ficou ferida ainda era mantida hospitalizada na terça-feira.

6.2.07

Caçada aos imãs


BRUXELAS (Reuters) - Os países da União Européia precisam reprimir a pregação de imãs radicais e o 'discurso do ódio' pela Internet, além de treinar policiais e professores sobre os perigos da militância islâmica, segundo um plano confidencial ao qual a Reuters teve acesso.
O documento, aceito por embaixadores da UE, pede aos governos que monitorem 'imãs que viajem incitando à violência, caçadores de talentos, recrutadores e outras figuras de liderança e seus movimentos dentro da União Européia'.
O texto diz que os países da UE deveriam coletar e trocar informações sobre essas 'figuras inspiradoras radicais' e dedicar especial atenção a formas de diminuir sua influência em prisões.
'Os Estados membros devem encorajar as comunidades muçulmanas a não confiar em imãs externos, mas também garantir que os imãs sejam treinados e recrutados em suas próprias comunidades', acrescenta o documento.
O Islã militante atualmente é visto como uma grave ameaça terrorista nos 27 países da UE. As autoridades tentam entender como jovens muçulmanos, muitos nascidos e criados na Europa, estão sendo radicalizados e recrutados para operações como os atentados de 2004 e 2005 contras os transportes públicos de Madri e Londres, respectivamente. Alguns complôs incluíam também mulheres.

Os cristãos são porcos e os judeus são macacos!


Uma escola fundada e administrada em Londres pelo governo saudita ensina aos alunos que os cristão são "porcos" e os judeus "macacos", afirma um ex-professor da instituição ao jornal Times. Segundo Colin Cook, que ensinou inglês na King Fahad Academy durante 18 anos, os livros escolares que apresentou à justiça mostram que o estabelecimento é "institucionalmente racista".
"Os livros utilizados descrevem os judeus como 'macacos' e os cristãos como 'porcos'", disse Cook, 57 anos, demitido em dezembro, também de acordo com o Times.
Cook acusa a escola de demissão abusiva e discriminação pelo fato de não ser saudita.
A King Fahad Academy, fundada no ano de 1985 na zona oeste de Londres, é destinada especialmente aos filhos de diplomatas sauditas e muçulmanos que vivem em Londres.

1.2.07

Fotos da infância perdida

Olhos tristes, rostos desolados, pés acorrentados, a crua realidade de uma escola corânica de Bangladesch:



O autor destas imagens é o fotógrafo G. M. B. Akash, que em 2005 foi premiado com "World Press Photo Award", e que, após ter sido jurado de morte por grupos islâmicos, vive como refugiado na Alemanha.

Enquanto isso na Inglaterra multicultural

A polícia britânica interrogou nesta quinta-feira nove suspeitos de terrorismo presos na véspera, em Birmingham, região central da Inglaterra. Ao mesmo tempo, a polícia tentava apaziguar a revolta que a megaoperação antiterrorista provocou na comunidade mulçumana da cidade.
Os britânicos acreditam que os nove homens sejam de origem paquistanesa. Os suspeitos estariam planejando seqüestrar um soldado mulçumano, membro do exército britânico, decapitá-lo e sua execução seria filmada e transmitida na internet.
O soldado que seria assassinado como represália por ter servido no Afeganistão se encontra em lugar seguro, afirmaram fontes ligadas à operação anti-terrorista.
Uma fonte do serviço de segurança ressaltou que o plano abortado pela polícia mostra uma mudança na tática dos terroristas islâmicos em solo britânico, inspirados nas operações da Al-Qaeda no Iraque.
Segundo a fonte, esse plano revela que os terroristas parecem tramar ataques menos grandiosos do que os de 7 de julho de 2005, quando o transporte público londrino foi atingido, deixando 52 mortos e centenas de feridos.
Alguns bairros da cidade de Birmingham já sofreram outras operações antiterroristas, mas nenhuma delas foi concluída com apresentação de acusações contra os detidos. Os moradores locais reagiram com indignação e desconfiança com relação à esta operação, que foi lançada na magrugada de quarta-feira, durante a qual a polícia invadiu oito vilas residenciais. Os moradores da região são mulçumanos e expressam abertamente seu ceticismo e raiva.
"Cada vez que os policiais vêm aos bairros mulçumanos, derrubam as portas por qualquer coisa. Eles não gostariam de ver que tiraram seu pai e sua mãe da cama no meio da noite", disse indignado Imran Khan, um jovem de origem paquistanesa de 19 anos.
Parentes e amigos dos mulçumanos detidos asseguram que eles são inocentes. Wasim Raja, que trabalha em uma pequena loja de Alum Rock, um bairro de Birminghan, deixou claro que não crê na culpa de seu vizinho, preso pela polícia na madrugada de quarta-feira.
"Eu o conheço desde pequeno e ele não é o tipo de pessoa que vá cometer um ato terrorista", disse à AFP.
Muitos moradores de bairros como Sparkhill, Kingstanding e Washwood Heath afirmam que freqüentam diariamente os estabelecimentos invadidos, mas jamais viram atividades terroristas lá.
Desde os atentados de julho de 2005, a comunidade paquistanesa da Grã-Bretanha se sente perseguida e afirma que é o alvo preferido das batidas policiais.
A polícia reconhece que o apoio da população mulçumana é "crucial" e agora tenta apaziguar a raiva e a desconfiança dos mulçumanos britânicos. Paralelamente, líderes da comunidade e policias vêm se reunindo desde quarta-feira, o mesmo dia em que houve a mega-operação.
Além de estabelecer diálogo, a polícia abriu linhas telefônicas para "tranqüilizar" a população e se prepara para começar a distribuir, na quinta-feira, milhares de comunicados, impressos em inglês, hindú, urdú e punjabi. Neles, a polícia pede à população que seja paciente e vigilante, afirmou uma fonte policial à AFP.
Ao mesmo tempo, os detetives seguem revistando a dúzia de residêcias e comércios invadidos na véspera em Birmingham.
A polícia tem um prazo de 28 dias para interrogar os suspeitos, antes de pô-los em liberdade ou apresentar acusações contra eles.

Pedagogia do ódio!


Viena, 1 fev (EFE).- As escolas do Irã educam as crianças para o martírio, fomentam o ódio contra Ocidente e lhes fazem acreditar que a jihad é inevitável, denunciou hoje em Viena a ONG Center for Monitoring the Impact of Peace (CMIP). O diretor de investigação da organização, Arnon Groiss, apresentou hoje o resultado de um estudo baseado em 115 livros iranianos de diversas disciplinas, editados em 2004, e usados nos colégios públicos do Irã. Groiss indicou que o regime de Teerã prepara as crianças desde cedo para sacrificar-se como "mártires" do Islã, em benefício de um Estado que deseja ser uma potência mundial, e está se preparando para a jihad, com o objetivo de dominar o mundo muçulmano.Segundo explicaram Groiss e Yohanan Manor, um dos fundadores da ONG, com sede em Israel, e que conta com conselheiros de diversos países, a organização realizou estudos semelhantes em outros países do Oriente Médio. Mas em nenhum outro país encontraram um projeto tão sistemático para instigar o ódio e instruir os jovens para que se preparem para morrer pelo regime, refletindo a ideologia do fundador da República Islâmica, aiatolá Khomeini. Os investigadores explicaram que a educação dos jovens é maniqueísta, e simplifica o panorama político internacional, descrevendo o Ocidente e os EUA como inimigos. Os professores são instruídos para que seu objetivo pedagógico seja fazer com que "o coração dos estudantes transborde de ódio" contra "os arrogantes" e o "grande Satã", que é o Ocidente e, concretamente, Estados Unidos e Israel. Os jovens a partir de 13 ou 14 anos de idade começam a receber treinamento para ser soldados e para dominar o uso das armas, segundo os especialistas. A campanha pedagógica adquire traços escatológicos, dando uma visão do fim do mundo na qual é preciso imaginar a chegada de uma figura messiânica xiita, que representaria a vitória global do Islã.Em nenhum dos livros se menciona o Holocausto cometido contra os judeus sob o regime nazista. Durante os oito anos de guerra contra o Iraque (1980-1988), mais de 500 mil colegiais foram enviados à frente de batalha, dos quais 36 mil deram sua vida pela revolução islâmica, segundo afirmam os próprios livros.