27.2.07

Cuidado: A Rússia está em marcha!




O recente discurso do presidente Vladimir Putin na Conferência sobre Políticas de Segurança de Munique criou uma certa comoção. Putin criticou a expansão da OTAN e a política externa americana de uma forma que nos faz lembrar o antigo inimigo soviético. Em resposta, o Secretário-Geral da OTAN manifestou uma mistura de frustração com a esperança de que se poderia driblar as observações de Putin. Antigo consultor para assuntos de segurança de três presidentes americanos, Brent Scowcroft disse que o discurso de Putin foi "desagradável", mas fez notar o fato de que Putin ainda estava disposto a cooperar com os Estados Unidos. O secretário de defesa, Robert Gates, tentou amenizar respondendo que "uma guerra fria já era suficiente", enquanto o presidente Bush assegurou seus compatriotas de que a Rússia e os EUA continuariam a trabalhar juntos.
O que foi que Putin disse em seu discurso que criou tamanho rebuliço?
Logo no início do discurso, Putin disse: "A estrutura desta conferência me permite evitar a polidez excessiva e a necessidade de falar com rodeios, utilizando termos diplomáticos agradáveis, porém vazios. O formato desta conferência me permitirá dizer o que eu realmente penso sobre os problemas da segurança internacional". Uma afirmação desse tipo, da boca de uma antiga autoridade da KGB e atual ditador, geralmente prefigura um engodo. Embora podendo revelar certas verdades, o presidente russo dificilmente entregaria o que pensa realmente, pois fazer isso reduziria seu discurso, de uma odiosidade vulgar, a um cinismo tão voraz ao ponto de deixar os cabelos em pé. Um homem que ordena o assassinato de jornalistas dissidentes não pode se dar ao luxo de expor seu repugnante raciocínio a pessoas normais. Isso ocorre porque Putin não é normal. Ele é um homem da KGB. Ele é um "soviético". E suas realizações – se é que alguém realmente merece crédito por elas – não são realmente suas. A ciência militar, a sociologia e o pensamento econômico por trás do ressurgimento da Rússia são a realização de organizadores ocultos, estruturas secretas da KGB e do Partido Comunista russo. Putin é uma cria dessas estruturas, seja lá qual for o seu cargo específico e seu poder verdadeiro. Há um establishment oculto na Rússia e Putin é seu representante visível, e não deve ser confundido com o tipo de presidente que se encontram nos países ocidentais. Tampouco se deve confundir o sistema político da Rússia com qualquer outro, pois ele é tipicamente asiático. É um sistema que confia em um exército secreto de informantes e provocadores, na coordenação entre o crime organizado e a polícia, na oposição controlada e agentes duplos, em posturas de fachada e falsas aparências. Nesse contexto, a última coisa que se ouvirá do líder russo é o que ele "realmente pensa". O que se ouve de seus lábios é algo calculado. Não importa que pareça cru ou inicialmente ineficaz, pois é psicologicamente pré-calculado. As afirmações dos estadistas russos são parte da estratégia russa.
De acordo com Putin, "é de conhecimento geral que a segurança internacional compreende muito mais do que questões relacionadas à estabilidade militar e política. Envolve a estabilidade da economia global, a superação da pobreza, a segurança econômica e o desenvolvimento de um diálogo entre civilizações". Putin está apelando para os sentimentos feridos dos países pobres, e ao "complexo de culpa esquerdista" dos países ricos. A fórmula das nações ricas versus nações pobres é fundamental para sua estratégia. A guerra de classes, o conceito mais fundamental de todo o marxismo, está sendo colocada em destaque. É uma arma com o intuito de incitar a maioria dos países. Pense na situação global da seguinte forma: há uma guerra, e de um lado estão os pobres. Do outro lado os ricos. É nesse contexto que o presidente Putin citou a fala do presidente americano Franklin D. Roosevelt, que disse: "Quando a paz é rompida em qualquer lugar, a paz de todos os países, em todos os lugares, está em perigo". É algo que Roosevelt disse quando a Segunda Guerra Mundial teve início. Essa observação, diz Putin, "permanece atual hoje em dia".
Putin está dizendo que nós estamos no início de uma nova guerra mundial. Desta vez, no entanto, os EUA são o país agressor. O mundo todo deve agora se curvar ante o "único mestre, o único soberano", ou resistir. Essas palavras de Putin não têm como alvo os EUA ou a Europa, embora ele as diga diante de uma reunião de líderes americanos e europeus. Seu alvo é o mundo árabe, a África, a Ásia e a América Latina. Ele lhes está dizendo que os EUA querem tiranizar o planeta "contrariando a democracia", que a atitude americana de ensinar a democracia aos outros é mera hipocrisia. "Aqueles que nos ensinariam", diz ele, "não querem eles mesmos aprender".
O domínio global americano é inaceitável, diz Putin. Conduz à guerra e ao massacre em massa. "Estamos testemunhando hoje um uso quase descontrolado de força – força militar – nas relações internacionais, força essa que está mergulhando o mundo em um abismo de conflitos permanentes", afirma Putin. "Estamos vendo um crescente desdém aos princípios básicos do direito internacional. E normas legais independentes estão, na realidade, se assemelhando cada vez mais a um sistema legal de um estado único. Um estado único e, é claro, os Estados Unidos antes de tudo, [que] ultrapassaram as fronteiras nacionais de todas as formas possíveis. Isso é visível na política econômica, na agenda política, cultural e educacional que eles impõem às outras nações. E quem gosta disso? Quem está feliz com isso"?
Putin está apelando ao crescente anti-americanismo que décadas de propaganda bolchevique cultivaram em todo o mundo. Ele desafia o poder hegemônico na sua presença. Finge falar pelo mundo em desenvolvimento, inclusive o mundo árabe. Afinal, ele está em vias de visitar a Arábia Saudita. Os dois grandes produtores de petróleo, Rússia e Arábia, estão se aproximando. A estratégia na área de energia é parte da grande estratégia russa. Em seu pronunciamento, Putin está avisando à OPEP que se defenda contra um grave perigo. Diz que o direito internacional não pode mais protegê-los. Os americanos têm como e irão invadi-los. Mas há uma poderosa alternativa aos Estados Unidos. O sub-texto tácito é que a Rússia e seus aliados (como a China, a Índia e o Brasil) têm a influência econômica e o poderio militar para virar a mesa sobre os EUA e a Europa também. "O PIB combinado", lembrou Putin, "medido em paridade de poder de compra de países como a Índia e a China já é maior que o dos EUA. E um cálculo similar com o PIB dos países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – ultrapassa o PIB acumulado da União Européia. E, de acordo com os especialistas, no futuro essa diferença só aumentará". Se os EUA querem uma corrida armamentista, que venham. A Rússia está pronta e se preparando para se rearmar de forma grandiosa, como o ministro da defesa da Rússia anunciou há pouco tempo. E a Rússia tem a riqueza necessária para aplicar o merecido castigo.
Segundo Putin, os próprios americanos são responsáveis pelo terrorismo e a situação das armas de destruição em massa no planeta. A hipocrisia americana, diz Putin, estende-se até mesmo à não-proliferação nuclear, pois o domínio ameaçador dos EUA "é um incentivo para que muitos países adquiram armas de destruição em massa". É culpa dos EUA se a Coréia do Norte e o Irã estão construindo um arsenal atômico. Foram os próprios americanos os responsáveis. Deve-se perguntar, diz ele, por que os americanos estão bombardeando e atirando em pessoas nessa fase do jogo? Afinal de contas, a Rússia virou uma democracia! Qual o problema? Os americanos perderam a fé no poder dos valores culturais e democráticos?
E o que aconteceu com o controle de armas e o processo de desarmamento? Bem, afirma Putin, os americanos jogaram o processo no lixo. "A Rússia pretende cumprir estritamente as obrigações que assumiu [em termos dos tratados de controle de armas]. Esperamos que nossos parceiros [ou seja, os americanos] também agirão de forma transparente e se policiarão para não deixar de lado algumas centenas de ogivas nucleares excedentes para o caso de necessidade. E se hoje o novo Secretário de Defesa americano declarar que os Estados Unidos não esconderão armas excedentes em armazéns ou, como se diz, debaixo do travesseiro ou do cobertor, então eu sugiro que todos nos ergamos e saudemos essa declaração de pé. Seria uma declaração muito importante".
O totalitarismo de Putin está escamoteado, assim como as estruturas secretas que o levaram ao poder ficaram escondidas durante a presidência de Yeltsin. A mente totalitária é uma mente paranóica. Constrói sua posição baseando-se em mentiras e fica concatenando tramas de destruição, esperando realmente que seu principal inimigo esteja fazendo a mesma coisa. Quando ele sugere que os Estados Unidos querem esconder armas nucleares "debaixo do travesseiro", confessa que a Rússia fez muito mais. Na realidade, a Rússia tem milhares de armas nucleares escondidas e não catalogadas (de acordo com o falecido Bill Lee, um destacado especialista da inteligência americana). A Rússia rompeu quase todos os tratados que assinou. Qualquer um que acompanhe os jornais com atenção suficiente se lembrará das histórias de violação de tratados sobre armas químicas, nucleares e biológicas em vigor. E agora que a Rússia está ajudando o Irã a desenvolver um arsenal atômico torna-se quase risível Putin dizer à sua platéia em Munique que "A Rússia adere estritamente e pretende aderir ainda mais ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, assim como o regime de supervisão multilateral de tecnologias de mísseis". O presidente russo não é sério. Ele é cínico, e conta com o cinismo de seus camaradas do Terceiro Mundo.
Putin realmente prevê que a Rússia terá de romper com o Tratado de Não-Proliferação que restringe os mísseis nucleares de médio alcance. São essas as armas que a Rússia utilizou para ameaçar a Europa nos anos 80. Eram então consideradas as armas mais desestabilizadoras. Deve-se imaginar os arrepios dos estadistas europeus presentes ao encontro.
Mas a reação americana foi fraca. Não havia nenhum Winston Churchill disposto a dizer que a Rússia ainda era uma ameaça, e que ela estava rompendo seus tratados enquanto se preparava para a guerra. Ao desfazer-se da asneira que foi a Cortina de Ferro, o novo totalitarismo russo é polido, seletivo, e enganosamente aberto. O Ocidente acha-se emaranhado economicamente em sua rede. Poder-se-ia argumentar que existe liberdade na Rússia, não fosse pela eliminação de tantos jornalistas – como Paul Klebnikov e Anna Politkovskaya (para não mencionar o envenenamento por radiação de Alexander Litvinenko, em Londres). Os métodos para esmagar os dissidentes são mais precisos hoje em dia, com o benefício extra da negação convincente. Alguns observadores compararam o discurso de Putin ao Discurso de Fulton, de Churchill. Alguns disseram que Putin estava declarando uma nova Guerra Fria. Mas não havia nada de novo em seu discurso. Altos líderes russos e representantes do regime já disseram repetidas vezes as mesmas coisas. Além disso, Putin já declarou guerra aos Estados Unidos depois do massacre de Beslan. Ele acusou os Estados Unidos de estarem por trás dos terroristas na Rússia.
A Rússia está, portanto, em marcha, e essa marcha começou já faz algum tempo.



© 2007 Jeffrey R. Nyquist
Publicado por Financialsense.com
Tradução: Caio Rossi

Qual a maior ameaça?


Os Estados Unidos enfrentam uma série de ameaças, encabeçadas pela Al-Qaeda, o conflito no Iraque e a possibilidade de que o Irã desenvolva armas nucleares até 2015, declarou nesta terça-feira o chefe do serviço de Inteligência, Michael McConnell.
"A Al-Qaeda representa a principal ameaça para os interesses americanos, inclusive ao território dos EUA", disse McConnell durante uma audiência na comissão das Forças Armadas no Senado sobre "a avaliação anual da ameaça".
"Além da Al-Qaeda, suas redes e afiliadas, existe a ameaça terrorista do (grupo xiita libanês) Hezbollah, apoiado pelo Irã e pela Síria. Depois das hostilidades do verão passado (no Líbano), o aumento da auto-confiança do grupo e de sua hostilidade contra os Estados Unidos, por ser aliado de Israel, poderia conduzir a organização a aumentar seus preparativos contra alvos americanos", avaliou McConnell.
Ele situou o Irã e a Coréia do Norte em outra categoria, já que considerou a proliferação de armas de destruição em massa como "a segunda ameaça".
"Depois do terrorismo, o esforço desses países e dos terroristas para desenvolver e/ou adqüirir armas perigosas e seus veículos constitui a segunda ameaça contra a segurança de nosso país, de nossas tropas que estão em campo e de nossos aliados", declarou McConnell.
"O Irã e a Coréia do Norte são os países que mais nos preocupam", definiu.
Em relação ao Iraque, o diretor da Inteligência acredita que "as atuais tendências políticas e de segurança no Iraque evoluem na direção errada", acrescentando que "o termo 'guerra civil' descreve bem os elementos essenciais que compõem o conflito iraquiano".
"A não ser que os esforços destinados a inverter esta situação surtam real efeito nos próximos 12 ou 18 meses (...), consideramos que a situação da segurança continuará a se deteriorar num ritmo comparável ao que se observou durante o segundo trimestre de 2006".
Ao se referir ao governo de Hugo Chávez, McConnell afirmou que "as compras de moderno equipamento militar russo, incluindo 24 caças bombardeiros SU-30, e movimentos visando ao desenvolvimento de sua própria capacidade de produção de armas são preocupações crescentes para seus vizinhos".
"Essas compras de armas podem alimentar uma corrida armamentista na região", acrescentou McConnell.
"Os esforços de Chávez para politizar as forças Armadas venezuelanas e criar uma ampla e bem armada Guarda Territorial e reservistas militares são outros sinais de que está rompendo com a tendência na região, que é de militares mais profissionais e apolíticos", manifestou.
A Venezuela adquiriu no fim de 2006 um total de 24 caças Sukoi 30 russos e acertou a compra de 53 helicópteros MI-24 e 100.000 fuzis Kalashnikov, entre outros equipamentos.
Além disso, no início de fevereiro, Chávez confirmou a compra de mísseis Top-MI da Rússia para "defender as instalações petroleiras, as instalações estratégicas".
Os convênios com a Rússia contemplam também a instalação na Venezuela de duas fábricas, uma para fuzis e outra para munições.
Já no que diz respeito à Rússia, McConnell não enxerga uma ameaça concreta, mas fez críticas ao que considera uma radicalização da atitude do governo e uma política exterior marcada por elementos de "rivalidade e antagonismo" em relação aos Estados Unidos.
O diretor da Inteligência disse que o Kremlin vem se tornando cada vez mais anti-democrático e obstinado à medida em que se aproximam as eleições presidenciais do próximo ano.
"A reafirmação (da supremacia) da Rússia continuará com a inserção de elementos de rivalidade e antagonismo nas negociações entre Washington e Moscou, particularmente em nossas interações com a ex-União Soviética", afirmou McConnell.

22.2.07

Mais um blogueiro silenciado pelo Islã



Um tribunal egípcio condenou hoje a quatro anos de prisão um blogueiro acusado de insultar o Islã e o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Trata-se do primeiro processo judicial promovido contra o autor de um blog na internet no Egito.
Abdel Kareem Nabil, de 22 anos, declarou-se inocente de todas as acusações contra ele apresentadas. Enquanto isso, grupos de defesa dos direitos humanos exigem a imediata libertação do ex-aluno da Universidade Al-Azhar, no Cairo, uma instituição islâmica.
Nabil, que escrevia em seu blog com o nome de Kareem Amer, criticou duramente a instituição de ensino em seu weblog, qualificando-a como "a universidade do terrorismo" e acusando-a de suprimir a liberdade de pensamento. A universidade expulsou Nabil no ano passado e mobilizou promotores para que o levassem a julgamento. Seu blog também continha críticas ao regime de Mubarak.
O juiz leu o veredicto em uma breve audiência num tribunal da cidade mediterrânea de Alexandria. Ele sentenciou Nabil a três anos de prisão por insultar o Islã e incitar a sedição e mais um ano por insultar Mubarak. Nabil estava sujeito a uma sentença máxima de nove anos de reclusão. A audiência na qual foi proferida a sentença durou apenas cinco minutos. A seguir, ele foi retirado da corte e levado para a prisão sem comentar o assunto.
No ano passado, a polícia egípcia deteve diversos blogueiros, a maioria por causa de conexões com movimentos reformistas pró-democracia. Detido em novembro, Nabil foi o único levado a julgamento até agora. A maioria dos demais blogueiros foi libertada.
Não há como contestar: não existe liberdade no Islã!

14.2.07

Al Qaeda: México e Venezuela estão na mira!


Abu Dhabi, 14 fev (EFE).- O braço saudita da rede terrorista Al Qaeda pediu a seus seguidores que ataquem as instalações petrolíferas dos países que fornecem petróleo aos Estados Unidos, dentre os quais citou o México, a Venezuela e o Canadá.
Este pedido faz parte de um artigo incluído na última edição da revista eletrônica "Sawt al Yihad" (Voz da Guerra Santa), da chamada "organização da Al Qaeda na Península Arábica".O artigo, intitulado "Bin Laden e a arma do petróleo", encoraja os mujahedins (combatentes islâmicos) a atacar instalações petrolíferas, não apenas na Arábia Saudita, mas no mundo todo.

9.2.07

A Realidade do Multiculturalismo



Uma menina de 12 anos recorre aos tribunais para garantir seu direito de usar o niqab, o véu que deixa ver apenas os olhos; Salim explica que sua "radicalização" é causada pela "discriminação": os muçulmanos britânicos, como muitos na Europa, tentam afirmar cada vez mais sua identidade.
Segundo um estudo do instituto Policy Exchange, divulgado há poucos dias, um número crescente de jovens muçulmanos neste país é a favor da sharia, do véu islâmico para as mulheres e das escolas religiosas.
Numa destas escolas, a Academia Fadah, do oeste de Londres, financiada pela Arábia Saudita, eram utilizados há dois dias livros que ensinam que os cristãos são "porcos" e os judeus, "macacos".
Esses livros foram retirados depois que um ex-professor revelou seu conteúdo. Ao mesmo tempo, nas escolas públicas da França, circularam livros que rechaçam, em nome do Alcorão, a teoria da evolução.
Em Londres, assim como nas outras grandes cidades da Inglaterra, os lenços muçulmanos, inclusive os véus, são cada vez mais visíveis nas ruas, lojas, supermercados e escolas, ao mesmo tempo que médicas, advogadas e professoras muçulmanas exercem sua profissão com a cabeça coberta.
Leila, uma estudante de cinema documental de 19 anos, disse à AFP que, embora nem sua mãe nem suas várias tias usem o véu islâmico, ela sente necessidade de usá-lo.
"Para mim, o sonho de meus pais de que eles e seus filhos se integrariam nesta sociedade já desmoronou. É mentira, não vivemos todos juntos e em harmonia. Somos uma comunidade à parte, que deve reafirmar-se como tal", disse.
Ao mesmo tempo, alguns britânicos brancos que vivem em Whitechappel, um bairro majoritariamente muçulmano de Londres, expressam seu temor pelo que chamam de o "auge do extremismo muçulmano".
"Já não me sinto bem aqui", disse Helen, contando que nasceu há 50 anos numa rua próxima, em Bricklane. Perto dessa rua, há agora uma mesquita.
Em Birmingham (segunda cidade da Inglaterra), onde a promotoria indiciou na sexta-feira cinco britânicos paquistaneses presos na semana passada numa grande operação policial, por suspeita de terrorismo, a comunidade muçulmana manifestou sua cólera e desconfiança.
Um dos homens presos nessa operação, que depois foi libertado, expressou seu mal-estar, afirmando que para os muçulmanos este país é "um Estado policial".
"Este não é um Estado policial para todo mundo porque estas leis antiterroristas foram elaboradas especificamente para os muçulmanos e este é um fato claro", declarou Abu Bakr, que faz doutorado em política islâmica.
Por sua vez, Salim, de 20 anos e estudante numa Universidade de Londres, admite que há alguns anos, entre seus amigos, havia "uma minoria" que poderia ter sido considerada fundamentalista islâmica.
"Mas cada vez tenho mais amigos que estudam o Alcorão, que vão à mesquita, que são a favor do véu, que viajam para o Paquistão", disse Salim, que atribui esta mudança ao fato de os jovens muçulmanos serem discriminados.
"Sentimos que as pessoas e as leis nos discriminam. Nós nos sentimos discriminados", disse, acrescentando que os muçulmanos não se sentem comprometidos com o Reino Unido.
Bob Ayers, analista do Instituto Real de Assuntos Internacionais, lembra, citando um estudo do governo, que "cerca de 25% dos jovens muçulmanos nascidos no Reino Unido ou que possuem a nacionalidade britânica manifestam que têm pouca ou nenhuma lealdade a este país".

8.2.07

Rússia e Irã: mais do que uma boa amizade!


Quem será o remetente?



Um funcionário ficou ferido nesta quarta-feira depois que um pacote-bomba explodiu em uma agência de licenciamento de veículos, o terceiro incidente similar em três dias na Grã-Bretanha, noticiou a BBC.
Os serviços de emergência foram chamados para a agência de licenciamento de veículos e motoristas após a explosão em Swansea, no País de Gales, segundo a reportagem.
Cartas-bombas explodiram esta semana em duas empresas britânicas ligadas à cobrança de multas de trânsito.
Outros casos

Na última terça-feira, dois funcionários ficaram levemente feridos nas mãos em uma "pequena explosão" provocada por uma carta-bomba no escritório da companhia Vantis, em Wokingham.
Na segunda-feira, a primeira carta-bomba explodiu em um escritório da Victoria Street, em pleno centro de Londres. Uma mulher que ficou ferida ainda era mantida hospitalizada na terça-feira.

6.2.07

Caçada aos imãs


BRUXELAS (Reuters) - Os países da União Européia precisam reprimir a pregação de imãs radicais e o 'discurso do ódio' pela Internet, além de treinar policiais e professores sobre os perigos da militância islâmica, segundo um plano confidencial ao qual a Reuters teve acesso.
O documento, aceito por embaixadores da UE, pede aos governos que monitorem 'imãs que viajem incitando à violência, caçadores de talentos, recrutadores e outras figuras de liderança e seus movimentos dentro da União Européia'.
O texto diz que os países da UE deveriam coletar e trocar informações sobre essas 'figuras inspiradoras radicais' e dedicar especial atenção a formas de diminuir sua influência em prisões.
'Os Estados membros devem encorajar as comunidades muçulmanas a não confiar em imãs externos, mas também garantir que os imãs sejam treinados e recrutados em suas próprias comunidades', acrescenta o documento.
O Islã militante atualmente é visto como uma grave ameaça terrorista nos 27 países da UE. As autoridades tentam entender como jovens muçulmanos, muitos nascidos e criados na Europa, estão sendo radicalizados e recrutados para operações como os atentados de 2004 e 2005 contras os transportes públicos de Madri e Londres, respectivamente. Alguns complôs incluíam também mulheres.

Os cristãos são porcos e os judeus são macacos!


Uma escola fundada e administrada em Londres pelo governo saudita ensina aos alunos que os cristão são "porcos" e os judeus "macacos", afirma um ex-professor da instituição ao jornal Times. Segundo Colin Cook, que ensinou inglês na King Fahad Academy durante 18 anos, os livros escolares que apresentou à justiça mostram que o estabelecimento é "institucionalmente racista".
"Os livros utilizados descrevem os judeus como 'macacos' e os cristãos como 'porcos'", disse Cook, 57 anos, demitido em dezembro, também de acordo com o Times.
Cook acusa a escola de demissão abusiva e discriminação pelo fato de não ser saudita.
A King Fahad Academy, fundada no ano de 1985 na zona oeste de Londres, é destinada especialmente aos filhos de diplomatas sauditas e muçulmanos que vivem em Londres.

1.2.07

Fotos da infância perdida

Olhos tristes, rostos desolados, pés acorrentados, a crua realidade de uma escola corânica de Bangladesch:



O autor destas imagens é o fotógrafo G. M. B. Akash, que em 2005 foi premiado com "World Press Photo Award", e que, após ter sido jurado de morte por grupos islâmicos, vive como refugiado na Alemanha.

Enquanto isso na Inglaterra multicultural

A polícia britânica interrogou nesta quinta-feira nove suspeitos de terrorismo presos na véspera, em Birmingham, região central da Inglaterra. Ao mesmo tempo, a polícia tentava apaziguar a revolta que a megaoperação antiterrorista provocou na comunidade mulçumana da cidade.
Os britânicos acreditam que os nove homens sejam de origem paquistanesa. Os suspeitos estariam planejando seqüestrar um soldado mulçumano, membro do exército britânico, decapitá-lo e sua execução seria filmada e transmitida na internet.
O soldado que seria assassinado como represália por ter servido no Afeganistão se encontra em lugar seguro, afirmaram fontes ligadas à operação anti-terrorista.
Uma fonte do serviço de segurança ressaltou que o plano abortado pela polícia mostra uma mudança na tática dos terroristas islâmicos em solo britânico, inspirados nas operações da Al-Qaeda no Iraque.
Segundo a fonte, esse plano revela que os terroristas parecem tramar ataques menos grandiosos do que os de 7 de julho de 2005, quando o transporte público londrino foi atingido, deixando 52 mortos e centenas de feridos.
Alguns bairros da cidade de Birmingham já sofreram outras operações antiterroristas, mas nenhuma delas foi concluída com apresentação de acusações contra os detidos. Os moradores locais reagiram com indignação e desconfiança com relação à esta operação, que foi lançada na magrugada de quarta-feira, durante a qual a polícia invadiu oito vilas residenciais. Os moradores da região são mulçumanos e expressam abertamente seu ceticismo e raiva.
"Cada vez que os policiais vêm aos bairros mulçumanos, derrubam as portas por qualquer coisa. Eles não gostariam de ver que tiraram seu pai e sua mãe da cama no meio da noite", disse indignado Imran Khan, um jovem de origem paquistanesa de 19 anos.
Parentes e amigos dos mulçumanos detidos asseguram que eles são inocentes. Wasim Raja, que trabalha em uma pequena loja de Alum Rock, um bairro de Birminghan, deixou claro que não crê na culpa de seu vizinho, preso pela polícia na madrugada de quarta-feira.
"Eu o conheço desde pequeno e ele não é o tipo de pessoa que vá cometer um ato terrorista", disse à AFP.
Muitos moradores de bairros como Sparkhill, Kingstanding e Washwood Heath afirmam que freqüentam diariamente os estabelecimentos invadidos, mas jamais viram atividades terroristas lá.
Desde os atentados de julho de 2005, a comunidade paquistanesa da Grã-Bretanha se sente perseguida e afirma que é o alvo preferido das batidas policiais.
A polícia reconhece que o apoio da população mulçumana é "crucial" e agora tenta apaziguar a raiva e a desconfiança dos mulçumanos britânicos. Paralelamente, líderes da comunidade e policias vêm se reunindo desde quarta-feira, o mesmo dia em que houve a mega-operação.
Além de estabelecer diálogo, a polícia abriu linhas telefônicas para "tranqüilizar" a população e se prepara para começar a distribuir, na quinta-feira, milhares de comunicados, impressos em inglês, hindú, urdú e punjabi. Neles, a polícia pede à população que seja paciente e vigilante, afirmou uma fonte policial à AFP.
Ao mesmo tempo, os detetives seguem revistando a dúzia de residêcias e comércios invadidos na véspera em Birmingham.
A polícia tem um prazo de 28 dias para interrogar os suspeitos, antes de pô-los em liberdade ou apresentar acusações contra eles.

Pedagogia do ódio!


Viena, 1 fev (EFE).- As escolas do Irã educam as crianças para o martírio, fomentam o ódio contra Ocidente e lhes fazem acreditar que a jihad é inevitável, denunciou hoje em Viena a ONG Center for Monitoring the Impact of Peace (CMIP). O diretor de investigação da organização, Arnon Groiss, apresentou hoje o resultado de um estudo baseado em 115 livros iranianos de diversas disciplinas, editados em 2004, e usados nos colégios públicos do Irã. Groiss indicou que o regime de Teerã prepara as crianças desde cedo para sacrificar-se como "mártires" do Islã, em benefício de um Estado que deseja ser uma potência mundial, e está se preparando para a jihad, com o objetivo de dominar o mundo muçulmano.Segundo explicaram Groiss e Yohanan Manor, um dos fundadores da ONG, com sede em Israel, e que conta com conselheiros de diversos países, a organização realizou estudos semelhantes em outros países do Oriente Médio. Mas em nenhum outro país encontraram um projeto tão sistemático para instigar o ódio e instruir os jovens para que se preparem para morrer pelo regime, refletindo a ideologia do fundador da República Islâmica, aiatolá Khomeini. Os investigadores explicaram que a educação dos jovens é maniqueísta, e simplifica o panorama político internacional, descrevendo o Ocidente e os EUA como inimigos. Os professores são instruídos para que seu objetivo pedagógico seja fazer com que "o coração dos estudantes transborde de ódio" contra "os arrogantes" e o "grande Satã", que é o Ocidente e, concretamente, Estados Unidos e Israel. Os jovens a partir de 13 ou 14 anos de idade começam a receber treinamento para ser soldados e para dominar o uso das armas, segundo os especialistas. A campanha pedagógica adquire traços escatológicos, dando uma visão do fim do mundo na qual é preciso imaginar a chegada de uma figura messiânica xiita, que representaria a vitória global do Islã.Em nenhum dos livros se menciona o Holocausto cometido contra os judeus sob o regime nazista. Durante os oito anos de guerra contra o Iraque (1980-1988), mais de 500 mil colegiais foram enviados à frente de batalha, dos quais 36 mil deram sua vida pela revolução islâmica, segundo afirmam os próprios livros.