11.11.06

Concertos para a juventude


Segundo a edição de hoje do jornal "The Times", os serviços ocidentais de inteligência consideram a música um possível "veículo de doutrinamento" desses jovens contra o Ocidente. O fenômeno começou com um grupo americano chamado Soldados de Alá, hoje dissolvido, mas cujas canções continuam sendo populares na internet. Outros grupos de Reino Unido, França e Estados Unidos também foram identificados. Muitos deles utilizam o termo depreciativo de "kufur" para se referirem aos não-muçulmanos. A analista americana Madeleine Gruen, citada pelo jornal, diz que o texto das canções de um grupo britânico chamado Blakstone possivelmente abre as portas ao extremismo. Gruen estudou como a música, os sites da internet, a moda e outros fenômenos foram utilizados para radicalizar a juventude. "A música é muito persuasiva porque dá idéias aos jovens, e essas idéias poderiam levar alguém a se transformar em um soldado da jihad. O material está todo em inglês e divulga uma mensagem radical a populações que não falam árabe e urdu", afirma a analista. Segundo Gruen, os textos das canções do grupo Blakstone, por exemplo, refletem o ponto de vista do grupo político islamita Hizb ut-Tahrir, cujo porta-voz, no entanto, negou qualquer vínculo formal com esse ou outros grupos de rap, na noite desta sexta-feira. "O povo está muito irritado, principalmente com a Guerra do Iraque. E nosso desafio é canalizar essa frustração e essa irritação para transformá-las em ativismo político", declarou o porta-voz do movimento.

Um comentário:

Prof-Forma disse...

Sobre este assunto, ler esta reportagem do The Guardian sobre um rapper britânico que comparou Bin Laden a Che Guevara*.
Deixo aqui, a título de exemplo, um excerto de uma canção de sua autoria:

Reject your thieving foreign policies
Reject your elitist congregation
Reject your mini skirt liberation
Reject your concept of integration


Muito educativo, sem dúvida...














*O que nem sequer é muito mal visto: quer um quer outro têm barba comprida, odeiam as liberdades civis, e mandam assassinar quem se atrever a discordar das suas ideias.