22.12.06

Anti-Natal


Em vários lugares do ocidente é politicamente incorreto, e quase criminoso, celebrar o Natal!... Por que? Porque, celebrado com tanta exuberância, o Natal se arrisca a ofender (ou a convencer) os crentes de religiões minoritárias - assim adverte o multiculturalismo. Mas como não se pode proibir o Natal, coisa que decerto os radicais gostariam de fazer em nome dos direitos do homem, a ortodoxia políticamente-correta tem por enquanto de o camuflar. Isto obriga naturalmente a algumas contorções verbais, a muita hipocrisia e a uma boa dose de intimidação.
Vejamos alguns exemplos:
Nos Estados Unidos a ACLU (American Civil Liberty Union, ou Anti-Chistian Liberty Union!) organização não governamental que milita sob a bandeira de um laicismo e multculturalismo radical, tem feito campanhas para apagar o natal da vida pública americana. Sob a liderança da ACLU, as tropas da revolução multicultural buscam remover monumentos religiosos dos edifícios públicos e proibir que as árvores de Natal sejam chamadas de árvores de Natal (devem ser "holyday trees", "árvores de boas-festas", genericamente, para não ofender ninguém). E tal ação vai muito além: Contos de Natal de Dickens são agora leitura proibida em escolas "politicamente corretas"!
Na Espanha, o Fórum Andaluz da Família concedeu o "Prêmio Herodes 2006" à diretora de uma escola pública em Mijas (Málaga), que colocou no lixo um presépio feito por alunos da disciplina de Religião, argumentando que numa escola pública de um país laico "não são permitidos símbolos religiosos". Também na Espanha, na escola Hilarion Gimeno (Saragoça), foi decidido que não haveria festa de Natal, para não correr o risco de ofender crianças não-cristãs - noticiou o jornal O PÚBLICO, a 30 de Novembro. A decisão foi justificada pelo fato de haver alunos de diferentes credos e culturas e de não haver um espaço adequado para a festa. Tal explicação não convenceu alguns pais, que na ocasião tinham recolhido 230 assinaturas contra a decisão. Ana Grande, deputada do Partido Popular, disse que a escola está promovendo o "pensamento único" e pondo em causa "direitos fundamentais".
Na Inglaterra, segundo denúncia do bispo anglicano David Gillett, uma importante empresa ordenou aos seus funcionários que não desejassem "feliz Natal" aos seus clientes, mas apenas "boas festas". Em Novembro, um inquérito feito com empresários britânicos mostrou que três em cada quatro proibiriam decorações alusivas ao Natal. Os casos já conhecidos de empresas britânicas que querem branquear as celebrações de Natal levaram John Reid, ministro do Interior, a considerar "insensatas" tais iniciativas, noticiou a AFP. Citado pela mesma fonte, Jack Straw (na foto), dos Assuntos Parlamentares, caracterizou estes casos como "parvoíce politicamente correta". E acrescentou: "Nunca encontrei um cristão incapaz de reconhecer o Yom Kipur [judaico], o Eid [muçulmano] ou o Diwali [hindu], nem nenhum muçulmano que me recuse o direito de celebrar o Natal." O serviço de informação do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) noticiou que alguns governos locais tentaram retirar referências cristãs ao Natal. Há oito anos, recordou o bispo de York, John Sentamu, a câmara de Birmingham (centro de Inglaterra) decidiu mesmo renomear o tempo natalício como "Winterval" - ou intervalo de Inverno. A mesma designação esteve já em debate há meia dúzia de anos no Canadá, onde o tema chegou a ser abordado no Parlamento. Houve quem defendesse que a designação "Christmas", por aludir a Cristo, poderia ofender os não-cristãos.
Mediante tudo isso, na última quarta-feira, numa audiência-geral, o Papa Bento XVI afirmou: "Espero que um elemento importante não apenas da nossa espiritualidade, mas também da nossa cultura e da nossa arte, continue a ser um modo eloquente de recordar o nascimento de Jesus."
Mas uma vez verifica-se o modo tenaz com que o multiculturalismo tenta aniquilar a identidade espiritual do ocidente, e consequentemente seus valores e tradições milenares.
Fonte: Observatório da Jihad, Público, Mídia Sem Máscara.

Um comentário:

Prof-Forma disse...

Estas notícias só me dão vontade de desejar um Feliz e Santo Natal a toda a gente.
Não sei se esta gente conhece o velho ditado que diz «o fruto proibido é o mais apetecido»: talvez a sabedoria popular lhes ensinasse alguma coisa sobre o Mundo em que vivem...