9.1.07

Refugiados iraquianos buscam a Europa

Genebra, 9 jan (EFE).- Os iraquianos lideram os pedidos de asilo na Europa, após ter sido registrado um aumento de 50% nas demandas, durante o ano de 2006, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), que atribui esse avanço à "situação de violência generalizada vivida no Iraque". Por isso, a Acnur pediu hoje a todos os países de destino que concedam o status de refugiados ou alguma outra forma de proteção temporária, já que se trata de pessoas que "fogem de violações maciças dos direitos humanos", que previsivelmente "continuarão ao longo deste ano"."Junto às hostilidades que se mantêm entre os rebeldes e as forças multinacionais e governamentais, os civis são alvo, todos os dias, de grupos terroristas e milícias, que, com atos de terror, pretendem deslocar a população à força sob critérios étnicos, religiosos, políticos e criminosos", lamentou em Genebra a porta-voz da organização, Jennifer Pagonis.Com 8.100 pedidos em 2006, segundo dados da organização da ONU, os iraquianos se transformaram nos principais requerentes de asilo na Europa, onde pessoas de até 40 nacionalidades diferentes pediram refúgio esse ano. Pagonis explicou que a Acnur se opõe a qualquer tentativa de alocar os iraquianos foragidos em seu próprio país, nem sequer nas regiões mais tranqüilas, pois "a situação se tornou imprevisível", e os conflitos poderiam estender-se a elas. A Acnur também não é favorável ao envio a nações vizinhas, onde os iraquianos refugiados já somam cerca de 2 milhões, o que faz com que os países tenham dificuldades para atendê-los convenientemente.A saída de iraquianos de seu país se transformou, segundo a agência, no "maior êxodo no Oriente Médio desde o deslocamento de palestinos causado pela criação do Estado de Israel, em 1948". De fato, a organização calcula que um em cada oito iraquianos teve que abandonar seu lar e vive fora dele, já que, da população total (26 milhões), cerca de 1,7 milhão são deslocados internos e 2 milhões vivem em países vizinhos.Embora muitos deles já se encontrassem nessa situação antes da invasão dos EUA, em 2003, só a partir de então a Acnur calcula que cerca de 500 mil iraquianos já se deslocaram para outras regiões do país, a um ritmo atual que varia entre 40 mil e 50 mil a cada mês.Caso a situação atual se mantenha, a agência humanitária considera que no final do ano poderia haver mais de 2,3 milhões de refugiados internos no Iraque. Na Síria, já poderia haver até um milhão de iraquianos; na Jordânia, mais de 700 mil; no Egito entre 20 mil e 80 mil, e no Líbano, mais de 40 mil.

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