27.2.07

Qual a maior ameaça?


Os Estados Unidos enfrentam uma série de ameaças, encabeçadas pela Al-Qaeda, o conflito no Iraque e a possibilidade de que o Irã desenvolva armas nucleares até 2015, declarou nesta terça-feira o chefe do serviço de Inteligência, Michael McConnell.
"A Al-Qaeda representa a principal ameaça para os interesses americanos, inclusive ao território dos EUA", disse McConnell durante uma audiência na comissão das Forças Armadas no Senado sobre "a avaliação anual da ameaça".
"Além da Al-Qaeda, suas redes e afiliadas, existe a ameaça terrorista do (grupo xiita libanês) Hezbollah, apoiado pelo Irã e pela Síria. Depois das hostilidades do verão passado (no Líbano), o aumento da auto-confiança do grupo e de sua hostilidade contra os Estados Unidos, por ser aliado de Israel, poderia conduzir a organização a aumentar seus preparativos contra alvos americanos", avaliou McConnell.
Ele situou o Irã e a Coréia do Norte em outra categoria, já que considerou a proliferação de armas de destruição em massa como "a segunda ameaça".
"Depois do terrorismo, o esforço desses países e dos terroristas para desenvolver e/ou adqüirir armas perigosas e seus veículos constitui a segunda ameaça contra a segurança de nosso país, de nossas tropas que estão em campo e de nossos aliados", declarou McConnell.
"O Irã e a Coréia do Norte são os países que mais nos preocupam", definiu.
Em relação ao Iraque, o diretor da Inteligência acredita que "as atuais tendências políticas e de segurança no Iraque evoluem na direção errada", acrescentando que "o termo 'guerra civil' descreve bem os elementos essenciais que compõem o conflito iraquiano".
"A não ser que os esforços destinados a inverter esta situação surtam real efeito nos próximos 12 ou 18 meses (...), consideramos que a situação da segurança continuará a se deteriorar num ritmo comparável ao que se observou durante o segundo trimestre de 2006".
Ao se referir ao governo de Hugo Chávez, McConnell afirmou que "as compras de moderno equipamento militar russo, incluindo 24 caças bombardeiros SU-30, e movimentos visando ao desenvolvimento de sua própria capacidade de produção de armas são preocupações crescentes para seus vizinhos".
"Essas compras de armas podem alimentar uma corrida armamentista na região", acrescentou McConnell.
"Os esforços de Chávez para politizar as forças Armadas venezuelanas e criar uma ampla e bem armada Guarda Territorial e reservistas militares são outros sinais de que está rompendo com a tendência na região, que é de militares mais profissionais e apolíticos", manifestou.
A Venezuela adquiriu no fim de 2006 um total de 24 caças Sukoi 30 russos e acertou a compra de 53 helicópteros MI-24 e 100.000 fuzis Kalashnikov, entre outros equipamentos.
Além disso, no início de fevereiro, Chávez confirmou a compra de mísseis Top-MI da Rússia para "defender as instalações petroleiras, as instalações estratégicas".
Os convênios com a Rússia contemplam também a instalação na Venezuela de duas fábricas, uma para fuzis e outra para munições.
Já no que diz respeito à Rússia, McConnell não enxerga uma ameaça concreta, mas fez críticas ao que considera uma radicalização da atitude do governo e uma política exterior marcada por elementos de "rivalidade e antagonismo" em relação aos Estados Unidos.
O diretor da Inteligência disse que o Kremlin vem se tornando cada vez mais anti-democrático e obstinado à medida em que se aproximam as eleições presidenciais do próximo ano.
"A reafirmação (da supremacia) da Rússia continuará com a inserção de elementos de rivalidade e antagonismo nas negociações entre Washington e Moscou, particularmente em nossas interações com a ex-União Soviética", afirmou McConnell.

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