8.3.07

Dia Internacional da Mulher

Redação Central, 8 mar (EFE).- O Dia Internacional da Mulher foi celebrado hoje com poucos incidentes no mundo todo, quando as mulheres se dedicaram mais ao trabalho do que às manifestações.Mas não faltaram reivindicações de igualdade social e laboral com os homens e pedidos pelo fim da violência machista.Os únicos distúrbios ocorreram nas Filipinas, onde a Polícia impediu à força uma manifestação que seguia em direção ao palácio de Malacañang, em Manila, residência da presidente Gloria Macapagal Arroyo.Também houve um protesto no acampamento de refugiados de Kalandaia, entre Jerusalém e Ramala, onde centenas de palestinas e judias pediram o fim do embargo econômico internacional contra o Governo palestino e a proteção dos direitos femininos.A batalha das palestinas é dupla: contra a ocupação israelense e por seus direitos, disse à imprensa a ativista de direitos humanos Fadua Jader.No outro lado da divisa, a situação das mulheres melhorou nos últimos vinte anos, mas continuam ganhando salários mais baixos, reconhece um relatório divulgado hoje pelo Escritório Central de Estatísticas israelense.Enquanto isso, o Dia da Mulher gerou medidas positivas em países onde a tradição islâmica marginaliza as mulheres, como a Argélia, onde um decreto presidencial reduziu em um ano as penas das reclusas, e o Irã, onde 30 prisioneiras foram libertadas depois de protestar contra um julgamento de ativistas de direitos humanos.Além disso, as mulheres tiveram direito hoje a viajar de graça no primeiro vôo entre Grozni, a capital da Chechênia, e Moscou desde a explosão da guerra na república russa, em 1994.Mas apesar desse tipo de medidas leves, a situação feminina continua sendo muito grave em vários países, como lembraram as Nações Unidas.O coordenador da ONU na China, Khalid Malik, advertiu hoje que a desigualdade de sexos na China, onde nascem 118 meninos para cada 100 meninas, reflete uma "atitude social" - a preferência por filhos varões - que "pode ter sérias conseqüências no futuro".O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, incentivou hoje o Conselho de Segurança a estabelecer um mecanismo de controle da violência machista, o outro grande inimigo da mulher, além da desigualdade social e laboral em relação aos homens.Sobre a diferença no âmbito profissional, a vice-secretária-geral da ONU, Asha-Rose Migiro, afirmou que o próprio organismo é um mau exemplo, pois nos últimos oito anos, a percentagem feminina ocupando altos cargos só cresceu 0,35% anualmente.Para acabar com o desequilíbrio, um grupo de parlamentares suíças aconselhou que "cessem as queixas" e se aumente a participação feminina na vida política.A presidente do Chile, Michelle Bachelet parece concordar com a idéia. Disse que, com sua vitória eleitoral, as chilenas chegaram à política "para ficar" e "a igualdade entre homens e mulheres deixou de ser um sonho no Chile".Mas a situação não se estende ao resto da América Latina, como no Paraguai, onde centenas de camponesas se manifestaram hoje."Exigimos que o Estado implemente políticas sociais para o acesso à educação gratuita e de qualidade, saúde universal sem discriminação, moradia, terra, emprego digno, e rejeitamos a violência e a discriminação contra as mulheres", disse Dora Flecha, uma das ativistas, durante a manifestação no centro de Assunção, a capital paraguaia.Outra camponesa, que deixou sua casa porque sofria violência doméstica, foi escolhida a Mulher do Ano na Colômbia, onde tanto o presidente Álvaro Uribe como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estiveram de acordo pela primeira vez, ao parabenizar as mulheres por seu dia."A liderança da mulher é indispensável para derrotar a corrupção, a ineficiência e a violência na vida pública colombiana", manifestou Uribe sobre as colombianas, cumprimentadas pelas Farc "com imenso carinho revolucionário".Na América Central, centenas de mulheres marcharam hoje por San Salvador, em El Salvador, para pedir o fim das agressões machistas e a discriminação, enquanto em Tegucigalpa, em Honduras, várias organizações feministas exigiram da Corte Suprema a "efetiva" aplicação da Lei contra a Violência Doméstica.Reivindicações idênticas também ocorreram hoje em lugares tão distantes como Guiné Equatorial e Bruxelas - onde o Comitê de Produtores Europeus (CPE) e a Coordenadoria de Organização Agrícola e Pecuarista espanhola (COAG) denunciaram a "insegurança jurídica e econômica" da mulher no meio rural.Na Guiné Equatorial, a ministra de Integração da Mulher, Eulalia Nvo, pediu durante um ato público que os homens não pratiquem "maus-tratos físicos, psíquicos, ambientais e emocionais contra as mulheres, pois tais comportamentos não lhes fazem bem, mas, pelo contrário, as rebaixam."

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